Como implementar um atendimento humanizado

30 de setembro de 2019 4 mins. de leitura
O atendimento humanizado pode ser a chave para um melhor tratamento

Atendimento humanizado é uma das grandes tendências atuais da saúde. A Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS) aposta na integração entre trabalhadores, usuários e gestores do sistema de saúde para gerar um atendimento mais próximo e adequado ao usuário. A comunicação, a inclusão das diferenças e a busca por novos modos de cuidar são alguns dos pontos principais do projeto.

Mas quem trabalha em uma clínica ou hospital também pode implementar o atendimento humanizado em seu consultório.

Como um profissional da saúde pode implementar o atendimento humanizado?

Implementar o atendimento humanizado deve ser uma atitude que parte da compreensão desse conceito. A maneira como um paciente é recebido durante a consulta pode afetar o tratamento da doença, porque toda a experiência pode gerar consequências emocionais. Alguém que não foi bem auxiliado em um primeiro atendimento pode não querer mais voltar ao hospital e então interromper o tratamento.

O acolhimento humanizado, portanto, é a busca pelo equilíbrio entre um bom tratamento e uma boa experiência para o paciente. Isso diminui a resistência diante do tratamento, aumenta as chances de melhora e estreita os laços entre o médico e a comunidade.

Algumas das bases do atendimento humanizado são:

  • ética: o profissional deve respeitar os limites e a discrição do paciente;
  • individualidade: cada paciente é único não só em seu histórico médico mas também em sua história e personalidade; é preciso enxergar além da doença e respeitar as diferenças;
  • empatia: compreender os sentimentos e as emoções do paciente é essencial para realizar um atendimento mais próximo e humanizado;
  • comunicação: saber conversar com o paciente, fazer as perguntas certas e principalmente ouvir com atenção fazem toda a diferença no atendimento.

Comunicação eficiente e atendimento que transmite confiança e respeito à individualidade do paciente são os alicerces de um relacionamento melhor, o que faz com que o enfermo se sinta seguro para seguir com o tratamento.

Alguns comportamentos, no entanto, podem afastar o paciente, dificultar o tratamento e diminuir sua eficácia. Por exemplo, tratar o enfermo ou sua família com indiferença, sem cumprimentá-los ou olhá-los diretamente e não utilizar o nome correto das pessoas são erros graves.

Outra questão importante nesse momento é a informação: o atendimento humanizado preza por informar e educar o paciente sobre seu diagnóstico, seus sintomas e seu tratamento. Negar respostas ou debochar das perguntas pode fazer com que ele se sinta intimidado. Acolher todas as dúvidas e respondê-las de forma simples e clara é o mais indicado.

Da mesma forma, opiniões e ideias que o paciente ou sua família podem ter não devem ser ridicularizados. Mesmo que não seja eficiente para o caso, é preciso escutá-los e explicar de maneira calma o porquê de algo não funcionar, sem diminuir ou humilhar o paciente. Além disso, o respeito a diferentes etnias, crenças religiosas e orientações sexuais é essencial para realizar um atendimento humanizado.

Consequentemente, para que um atendimento seja feito com atenção ao enfermo, não é possível fazê-lo às pressas. Essa é uma das maiores dificuldades dos médicos, já que os números nas salas de espera não param de crescer; por isso o atendimento humanizado não é apenas uma questão individual, mas sim do sistema de saúde como um todo.

Uma boa infraestrutura, com agendas organizadas, espaço para os pacientes esperarem, serem atendidos e ficarem internados quando necessário são ferramentas que auxiliam o atendimento humanizado. O mesmo serve para a família e os acompanhantes: em espaços em que eles precisam ficar em pé ou não têm como acompanhar os procedimento no consultório, a consulta fica mais hostil e menos eficiente.

O atendimento humanizado é uma preocupação de todo o sistema de saúde porque aumenta a qualidade do tratamento e, consequentemente, a saúde da população.

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Fonte: Sebrae, Prefeitura de Parauapebas, Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia.

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