Cerca de 77% dos brasileiros acreditam que as campanhas de vacinação deveriam ser obrigatórias para tratar doenças infecciosas graves, segundo o levantamento Ipsos Global Health Service Monitor 2020. Acima da média mundial de 64%, o número indica a crença da população brasileira na eficácia dos imunizantes.
No ranking geral, o País ficou na quinta colocação, atrás apenas de Malásia (86%), Argentina (82%), Arábia Saudita (80%) e Peru (78%). A pesquisa foi feita de maneira online com 20 mil pessoas entre 17 anos e 74 anos de idade em 27 países.
Produzido entre 25 de setembro e 9 de outubro de 2020, o estudo é utilizado como parâmetro para medir os principais desafios da medicina para os próximos anos, além de avaliar os serviços de saúde de cada país.
Campanhas de vacinação
Enquanto mais de três quartos dos brasileiros enxergam na vacinação obrigatória a melhor saída para o tratamento de doenças graves, 10% discordam da afirmação e 13% não concordam ou discordam. Em outro dado importante, 81% dos entrevistados afirmam que procurariam ser vacinados caso um imunizante para covid-19 já estivesse disponível no mercado.
O Brasil, com China, Índia e Estados Unidos, figura entre os países mais otimistas quanto à data estimada para a aprovação de uma vacina. Em cada uma dessas nações, um a cada quatro adultos espera que o produto seja entregue até o fim de 2020 ou, na pior das hipóteses, até o fim de abril de 2021.
Apesar de aparecerem na lista de países mais esperançosos, os EUA também figuram entre aqueles com menores índices de crença na obrigatoriedade das campanhas de vacinação, com somente 50% das respostas. Os norte-americanos se juntam a Rússia (44%), França (50%), Polônia (50%), Hungria (52%) e Japão (52%) entre as menores taxas de concordância com o tópico.
Covid-19
Se por um lado a obrigação ou não das campanhas de vacinação para doenças infecciosas graves é tema de divergência entre os entrevistados, por outro lado há um consenso: o coronavírus se tornou o maior problema de saúde pública para 27 nações participantes da pesquisa em 2020.
De acordo com o relatório divulgado no fim de outubro, a pandemia de covid-19 ultrapassou problemas tradicionais e extremamente relevantes em diversos países, como câncer. Enquanto os casos de tumor apareceram em 37% das respostas, o vírus Sars-CoV-2 saltou para a primeira colocação, sendo citado em 72% das vezes.
Um fator surpreendente é a preocupação mundial com a saúde mental, surgindo em terceiro lugar na lista de problemas de saúde globais, com 26% dos votos. A maior quantidade de votos veio de Suécia, Chile e Austrália.
Problemas de saúde no Brasil
Quando o questionamento foi sobre a qualidade dos cuidados de saúde, os brasileiros se mostraram mais críticos quanto à infraestrutura existente no País. Segundo os dados apresentados pelo Ipsos, apenas 31% dos habitantes enxergam o sistema de saúde nacional como “bom/ótimo”, enquanto 35% o avaliam como “ruim/péssimo”.
Para os entrevistados, o maior motivo da precariedade do sistema de saúde nacional são a falta de investimentos no setor (43%) e em saúde preventiva (43%). Em seguida, o acesso a tratamentos e o tempo gasto em filas de espera são tópicos que dificultam a avaliação positiva.
Seguindo na parte de baixo da tabela, o Brasil desponta como uma das nações que menos crê que seu sistema de saúde possa oferecer o melhor tratamento possível. O levantamento mostra que 42% das pessoas discordam da afirmação, superando a média global em 17%.
Se a perspectiva atual sobre a situação vivida pela medicina no Brasil é bastante criteriosa, os brasileiros continuam sendo um dos povos mais confiantes em melhorias para o futuro. Na visão de 64% dos entrevistados, os próximos anos devem trazer novidades para os locais onde eles e sua família recebem atendimento médico, enquanto somente 8% acreditam em uma possível deterioração.
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Fonte: Medicina S/A, Ipsos.