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A importância do pediatra na luta contra o movimento antivacina

O movimento antivacina tem prejudicado o programa de vacinação brasileiro. Segundo dados divulgados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério Público, o índice de cobertura vacinal tem caído nos últimos anos. Em 2020, o indicador bateu um recorde negativo de apenas 61% do público-alvo atingido até o mês de setembro.

O número tão baixo de vacinação é causado por diversos fatores, como a pandemia do Sars-CoV-2 e os familiares que não acreditam nos benefícios trazidos pelas vacinas.

A recusa da vacina pode trazer consequências graves para a saúde. (Fonte: Shutterstock)

Movimento antivacina

Pais de bebês e crianças são uma parte considerável dos responsáveis pelo baixo índice de imunização no Brasil, porque fica a cargo deles escolher o que deveria ser melhor para a saúde dos filhos.

Entre os argumentos utilizados pelas pessoas que não levam as crianças para ser vacinadas estão: a descrença na existência de doenças que foram erradicadas ou quase; medo das reações adversas; a desinformação sobre a importância da imunização; as fake news que trazem teorias conspiratórias sobre a vacinação; e os horários disponíveis.

Consequências

A ilusória crença de que as vacinas não trazem benefícios está causando problemas para a saúde dos brasileiros. Segundo o PNI, os números de 2020 são os piores registrados nos últimos 20 anos, com nenhuma das metas de imunização batidas no Brasil. 

O sarampo é uma das doenças erradicadas que voltaram a aparecer no Brasil. (Fonte: Shutterstock)

A consequência é o recente surto de sarampo, que havia sido erradicado no Brasil em 2016. Segundo Juarez Cunha, presidente da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm), a doença teve 20 mil casos em 2018, o mesmo número em 2019 e já contabiliza mais de 8 mil pessoas afetadas em 2020. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enfatiza que o sarampo pode ser evitado com a vacina, que é gratuita, segura e 100% eficaz.

A importância dos pediatras na vacinação

Qual é o papel dos pediatras nesse processo? São peças importantes no aviso e na conscientização de pais e mães sobre a imunização. 

Um estudo do Centers for Disease Control and Prevention apresentou que, quando existe o interesse da família e uma recomendação médica, as chances de vacinação são de 90%. Agora, quando a família não quer, mas o médico insiste na imunização, o índice cai um pouco, vai para 70%. 

Porém, nos casos em que o profissional não conscientiza os pais sobre a necessidade da vacinação, a taxa de efetivação é de apenas 8%. Esses números destacam a importância da orientação médica e, principalmente, deixam evidente o papel do pediatra na luta contra o movimento antivacina.

A vacinação é parte importante da imunização de bebês e crianças. (Fonte: Shutterstock)

Formas de conscientizar sobre a vacinação

A primeira maneira de agir em prol da vacina é evitando compartilhar notícias falsas que corroborem a desinformação do movimento antivacina. 

Uma forma mais política de ação é fazer parte de campanhas e manifestos que cobrem um maior incentivo do Governo em prol da vacina, como foi feito pela SBP no começo de setembro. No manifesto, os especialistas se colocaram à disposição para auxiliar nas ações e cobraram mais participação governamental.

Aconselhar os pais é outro ponto essencial. Por exemplo, os profissionais devem recomendar as vacinas, indicar o quão seguras são e, principalmente, acalmar a família sobre as possíveis reações causadas pós-imunização. É importante que os pediatras enfatizem que os benefícios da vacinação superam os pequenos riscos gerados pelas reações.

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Fontes: Roche, Ministério da Saúde, SaveLivez, Inovativa Brasil, SalvoVidas.

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