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Brasil tem poucas empresas que focam a atenção primária

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Se antes não havia um grande debate sobre a responsabilidade das organizações na manutenção e na prevenção da saúde dos colaboradores, a pandemia fez com que essas questões fossem levantadas. Ao investir em atenção primária nas organizações, é possível minimizar afastamentos e o número de processos trabalhistas, controlar doenças crônicas, melhorar a qualidade de vida dos funcionários e, consequentemente, aumentar a produtividade

Embora os benefícios corporativos sejam claros, uma pesquisa realizada pela TM Jobs em 2020 com gestores de saúde e da área de recursos humanos de 155 empresas do Brasil mostrou que a maioria trabalha de maneira reativa, e não preventiva.

Ao investir em ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, organizações conseguem diminuir custos e aumentar produtividade. (Fonte: Freepik/Reprodução)

O que é a atenção primária à saúde? 

Segundo o Ministério da Saúde, a atenção primária é o primeiro nível de atendimento a ser oferecido, portanto se caracteriza como um conjunto de ações nos âmbitos individual e coletivo, abrangendo a promoção, a proteção e a manutenção da saúde.

Desde 1979, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a atenção primária como principal estratégia para alcançar o bem-estar das pessoas. Contudo, a pesquisa da TM Jobs constatou que apenas 21,1% das empresas respondentes têm programas de apoio à atenção primária e 31,1% não oferecem nenhuma ação específica

Outro ponto levantado é que poucas organizações criam projetos próprios e integrados de prevenção de doenças e promoção da saúde; a maioria se apoia na medicina do trabalho, em convênios médicos e em saúde ocupacional. Assim, as grandes ações têm foco na solução de problemas, e não na prevenção ou na conscientização sobre a saúde. 

Por que é importante que empresas invistam em atenção primária?

Ações atuais das empresas têm foco no tratamento de doenças, e não na prevenção delas. (Fonte: Freepik/chormail/Reprodução)

A Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que apenas 28,5% dos moradores do País têm algum tipo de plano de saúde médico ou odontológico. Isso significa que quase 70% da população utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) quando necessitam de atendimento médico.

Esses dados mostram como o acesso à informação de qualidade e a programas de prevenção pode ser difícil, então as empresas têm um papel importante para mudar esse cenário. Mesmo que grande parte das companhias já ofereça plano de saúde, a busca pela qualidade de vida dos colaboradores deve ir além

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é preciso que os gestores ofereçam atenção integral, com foco na atenção primária, para minimizar doenças mais graves. Ainda que 58,9% dos respondentes tenham dito que entendem a importância desse tipo de ação, é fundamental que sejam desenvolvidos projetos realmente eficazes para a saúde dos funcionários. Nesse caso, a criação de Grupos de Melhoria de Saúde Contínua (GMSC) pode ajudar.

Outro ponto relevante é a importância da saúde mental dos colaboradores. Apenas 36,7% das empresas oferecem programas voltados a esse tema. Dados levantados no evento Depressão, Saúde Mental e Pandemia, do Ciclo ILP-Fapesp de Ciência e Inovação, mostraram que 40,4% das 40 mil pessoas entrevistadas disseram ter sentimentos de tristeza ou depressão e 52,6% afirmaram experimentar sentimentos de nervosismo ou ansiedade durante a pandemia. 

Os transtornos psicológicos são a terceira maior causa de afastamento dos colaboradores que solicitam auxílio-doença no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Em um momento tão delicado, as organizações precisam estar em alerta sobre o aumento do problema e implementar ações que impeçam que esses casos evoluam

Fazer a gestão de dados sobre a saúde dos colaboradores e desenvolver programas específicos são ações que trazem benefícios tanto para a organização quanto para os funcionários.

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Fontes: Ministério da Saúde, Medicina S/A.

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