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Em uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Bristol, os pesquisadores descobriram que as adolescentes que usam Cannabis com frequência podem ter maior probabilidade de ter filhos prematuros. As descobertas apontam que esse risco se mantém após 20 anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é o período em que a pessoa tem entre 15 e 19 anos completos. No Brasil, um em cada sete bebês é filho de mãe adolescente.
O estudo
No estudo realizado no Reino Unido e publicado na Scientific Reports, foi avaliada a relação entre o ato de fumar e a prematuridade de bebês. A pesquisa analisou repetidamente 665 participantes em uma análise da população geral sobre o uso de tabaco e Cannabis entre as idades de 14 e 29 anos, antes da gravidez.
Os resultados apontaram que as mães que fazem uso do tabaco ou da maconha antes e/ou durante a gravidez acabam gerando nascimentos prematuros e problemas de baixo peso.
Além de analisar os riscos durante a fase gestacional, o grupo observou indivíduos desde a época da escola secundária até quando estes começaram a ter filhos, 20 a 30 anos depois. Os filhos também foram recrutados em um novo estudo.
Com essa nova análise, foi possível constatar que bebês nascidos de pais com 29 anos ou mais que usaram Cannabis todos os dias dos 15 aos 17 anos tinham maior chance de terem nascido prematuros ou com baixo peso.
Segundo a responsável pelo estudo, a Dra. Lindsey Hines, é importante mensurar o risco de uso da Cannabis para além daqueles já conhecidos: “à medida que as regulamentações sobre o uso são liberadas em todo o mundo, é preciso entender os riscos e garantir que os adolescentes não serão incentivados por essa liberação”.
Esse é o primeiro estudo que relaciona os impactos à saúde com o uso da maconha antes da concepção e depois do nascimento. A tendência é que novas pesquisas sejam feitas para avaliar riscos em homens e mulheres e como mecanismos biológicos e condições sociais impactam nessa relação.
Gravidez na adolescência e suas implicações
A gestação não planejada resulta em sérios problemas, como abandono escolar, menor acesso ao mercado de trabalho, além de riscos à saúde. A gravidez precoce é um problema de saúde pública, sendo um risco para o bebê e a mãe. Entre eles estão anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia, depressão pós-parto e prematuridade.
Por ainda ser um assunto tabu, muitos jovens não conversam com pais e outros adultos sobre a vida sexual e acabam tendo suas primeiras relações sem saber os riscos e a forma de se proteger. Vale ressaltar que a educação sexual impede gravidez indesejada, bem como doenças transmissíveis, como HIV e sífilis.
Segundo relatório do Grupo Banco Mundial, o Brasil poderia aumentar a sua produtividade em US$ 3,5 bilhões por ano se adolescentes adiassem a gravidez para depois dos 20 anos.
Uma das causas dessa situação é a falta de educação sexual nas escolas e políticas públicas de conhecimento de adolescentes sobre a sua saúde e acesso a métodos contraceptivos eficazes.
Fonte: Conass, Tua Saúde, Febrasgo, Science Daily.