Reino Unido e Rússia começaram a imunizar a população contra o coronavírus. No Brasil, a vacina ainda não está disponível, mas deve ser aplicada pelo Plano Nacional de Imunização entre o fim deste ano e o começo de 2020, segundo declarações do Ministério da Saúde.
Mesmo antes da autorização oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação do imunizante, o órgão já registrou uma denúncia sobre a suposta comercialização irregular da vacina contra o coronavírus por uma empresa em Niterói (RJ). O caso foi encaminhado para investigação pela Polícia Federal.
Preocupadas com a possibilidade de fraude nas vendas de imunizações contra o Sars-CoV-2, autoridades policiais, como a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e o Serviço Europeu de Polícia (Europol), alertam a possibilidade de organizações criminosas venderem produtos médicos fraudados.
Esquema internacional de fraude
Golpistas já estão se aproveitando da crise sanitária desde o início da pandemia. A unidade de crimes cibernéticos da Interpol, por exemplo, identificou 3 mil sites suspeitos de vender remédios falsos contra a covid-19. No início de dezembro, a organização policial internacional desmontou um esquema de fraude na compra de máscaras que envolveu Irlanda, Holanda e Alemanha.
O crime usou a escassez de equipamentos de proteção individual para enganar as autoridades de saúde alemãs em duas compras que totalizariam 15 milhões de euros. O esquema envolvia um site falso e endereços legítimos que haviam sido invadidos.
Um acordo para a entrega do primeiro lote de máscaras chegou a ser feito, com o pagamento adiantado de 1,5 milhão de euros. Ao perceberem que foram enganados, os compradores acionaram um banco alemão que buscou a Interpol. Após uma investigação, foi possível rastrear e recuperar o dinheiro, e dois suspeitos foram presos.
Como evitar vacina falsificada
Com o número crescente de fraudes relacionadas à covid-19, a Interpol está aconselhando o público a tomar cuidado especial ao usar a internet para pesquisar equipamentos médicos ou medicamentos. A vacina real não será distribuída online, portanto deve-se evitar contornar o processo para o que pode parecer um acesso antecipado à injeção.
Para não ser vítima de golpes online, é importante estar atento, ser cético e seguro, como geralmente são as ofertas que parecem boas demais para serem verdadeiras. Sempre verifique com as autoridades nacionais de saúde ou a Organização Mundial da Saúde (OMS) para obter os conselhos mais recentes em relação ao coronavírus.
A vacina falsificada pode representar um risco significativo para a saúde pública se for ineficaz ou tóxica, dada sua produção em laboratórios sem os padrões de higiene exigidos. O imunizante fraudado pode circular em mercados ilícitos ou ser introduzido no mercado legal para distribuição.
Quando uma vacina estiver disponível, a aplicação será realizada por um profissional de saúde confiável em pronto-socorro ou local designado listado pelo departamento de saúde pública local.
Vacina no Brasil
A produção da vacina contra a covid-19 já foi iniciada no Brasil. Em 10 de dezembro, o Instituto Butantan anunciou que a Coronavac, que ainda está em fase de testes, começou a ser fabricada em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A produção está sendo realizada 24 horas por dia, durante sete dias na semana, e tem a capacidade máxima de 1 milhão de doses diárias.
Até janeiro, o governo paulista prevê que 40 milhões de doses da vacina serão produzidas. O governo de São Paulo já recebeu da Sinovac 120 mil doses prontas para uso e 1 milhão de doses que serão envasadas pelo Instituto Butantan.
Pelo termo de compromisso assinado no fim de setembro com a Sinovac, o Butantan vai receber 46 milhões de doses da Coronavac, sendo 6 milhões prontas. O governo paulista afirma que 11 estados e 912 municípios já manifestaram interesse em adquirir a imunização.
Plano Nacional de Imunização
No início de dezembro, o governo federal anunciou um plano preliminar para a vacinação em âmbito nacional da opção desenvolvida pela Pfizer. De acordo com o Ministério da Saúde, a imunização será realizada em quatro fases, considerando grupos prioritários definidos com base nas informações epidemiológicas da covid-19 entre os brasileiros, bem como comorbidades e dados populacionais. O plano deve atingir cerca de 50 milhões de brasileiros.
Conheça o maior e mais relevante evento de saúde do Brasil
Fonte: Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Brasil.