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Como reduzir as fraudes no sistema de saúde brasileiro?

O Brasil tem enfrentado uma “epidemia” de casos de fraudes no sistema de saúde. Em 2017, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) indicou que o País gastou quase R$ 28 bilhões em procedimentos médico-hospitalares, representando 19,1% de desperdício financeiro nas contas médicas.

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Na última década, alguns casos notórios alcançaram a mídia e demonstraram a profundidade da situação nas instituições. Conhecido como Máfia das Órteses e Próteses, um grupo de clínicas e hospitais foi denunciado por ganhar dinheiro com cirurgias desnecessárias, prontuários falsificados e boletins médicos adulterados no mercado de dispositivos médicos implantáveis em 2015.

Um ano mais tarde, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou 26 pessoas pelos crimes de organização criminosa e falsificação de documentos. Segundo o MPMG, o grupo participava de um esquema milionário em que pedia reembolso por uma suposta importação de medicamentos prescritos para falsos pacientes com hepatite C.

Apesar de as ações terem gerado comoção nacional e instaurado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados e no Senado, pouco foi feito para mudar o cenário no Brasil.

Então, quais são as metodologias que o País poderia aplicar no intuito de reduzir o número de fraudes no setor da saúde?

Compliance médico e otimização de processos

Estabelecimento de diretrizes pode ajudar na redução de gastos desnecessários em procedimentos médico-hospitalares. (Fonte: Shutterstock)

Engana-se quem pensa que o crescimento do número de casos gera prejuízo apenas para as instituições médico-hospitalares privadas e públicas. Nesse processo, o paciente também percebe um grande impacto, com o aumento nos gastos em atendimentos.

O desperdício de recursos financeiros no setor hospitalar acaba fazendo com que planos de saúdes e outras operações médicas tenham seus custos elevados para equilibrar o valor perdido. Sendo assim, todos os lados saem perdendo.

Mas como verificar e coibir as operações fraudulentas? O método chamado de compliance médico estabelece diretrizes e protocolos que monitorem e punam responsáveis por desvios de conduta ética na profissão. Ao fornecerem meios de verificação e cumprimento de regras, hospitais e clínicas diminuem a necessidade de aplicação de verba na defesa de casos judiciais e aumentam as possibilidades da alocação desses recursos em atendimentos de qualidade e barateados.

Além disso, os médicos conseguem assegurar ao paciente que, durante o período de atendimento, a instituição estará seguindo todas as normas necessárias para um tratamento baseado na prática de civilidade, respeito e empatia.

Implantação da biometria na compra de medicamentos

Casos de falsificação ideológica podem ser coibidos através do uso de biometria. (Fonte: Shutterstock)

Outra prática que pode coibir o número de fraudes no sistema de saúde, principalmente na compra de medicamentos, é a implantação da biometria. Nos Estados Unidos, cerca de 95% dos hospitais já usam tecnologias biométricas para reconhecer pacientes e realizar cadastros.

Mas o que a biometria fornece de tão importante para a saúde? São diversas as contribuições. Com ela, os hospitais podem reduzir investimentos de tempo e dinheiro na aplicação de formulários analógicos, que por vezes atrapalham no fluxo de pacientes e exigem muita atenção para evitar casos de duplicação. Com o uso dessa tecnologia, instituições podem compartilhar suas bases de dados, evitando que exista um esforço duplo no preenchimento de informações. Com apenas um toque, o usuário pode se identificar através de seu celular ou outro dispositivo.

Além do mais, a biometria diminui consideravelmente a possibilidade de falsificação ideológica. Como o sistema foi desenvolvido para ler não somente a superfície da pele mas também a hipoderme, torna-se improvável que um indivíduo se passe por outro e acabe adquirindo medicamentos e suprimentos de maneira ilegal.

Proteção de dados e rastreabilidade de informações

O Poder Legislativo brasileiro deu um passo importante em 2018 para facilitar a verificação de informações. O advento da Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD) fez com que empresas de todos os setores da sociedade sejam responsáveis por controlar o acesso às informações de pacientes e funcionários, fornecendo maior credibilidade em suas operações.

A LGPD também prevê que as instituições devem fornecer meios de rastreabilidade de suas operações. Dessa forma, fraudes e movimentações indevidas podem ser identificadas com antecedência e coibidas o mais rápido possível.

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Fontes: IESS, MPMG, Hid Global e ADP.

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