A vacina contra o novo coronavírus parece uma realidade cada vez mais próxima, com Reino Unido, Rússia e Alemanha começando as preparações para a vacinação em massa da população. Ainda assim, a partir de qual nível de imunização o mundo estará apto a voltar à vida normal sem precisar usar máscara e fazer distanciamento social?
Atualmente, existem quatro vacinas com bons resultados nas três fases de teste:
- BNT162, da Pfizer com a BioNTech, uma parceria entre Estados Unidos e Alemanha;
- Sputnik V, do Instituto Gamaleya, na Rússia;
- mRNA-1273, da Moderna, nos Estados Unidos;
- ChAdOx1 nCoV-19, da Universidade de Oxford com a AstraZeneca, no Reino Unido.
Vacinação no Brasil
No Brasil, a data de vacinação da população ainda não foi definida, porém o Ministério da Saúde apresentou um plano com quatro etapas. O primeiro grupo a receber as doses será composto por trabalhadores da área de saúde, população idosa a partir de 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência e população indígena.
Em seguida, pessoas entre 60 anos e 74 anos. Logo após, indivíduos com comorbidades que apresentam maior chance de agravamento por covid-19. Fechando os grupos prioritários, professores, forças de segurança e de salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
Planos de vacinação no mundo
Enquanto o Brasil ainda tem uma data pela qual esperar, alguns países já estão agilizando a vacina. O Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da Pfizer e deve imunizar 20 milhões de britânicos nas próximas semanas. O intuito é começar protegendo as pessoas dos grupos de risco e das linhas de frente no combate à covid-19.
Na Alemanha, é esperada a vacinação de 450 mil pessoas em Berlim até a metade de dezembro. As doses serão apenas para pessoas idosas ou que pertencem a algum grupo de risco.
A Espanha, que aprovou o plano de vacinação em novembro deste ano, pretende começar a imunizar as pessoas em janeiro, com foco nos grupos de risco e em profissionais com maior exposição à doença. A Polônia também encomendou 45 milhões de doses de vacinas da Pfizer e da BioNTech, da AstraZeneca e da Johnson. A ideia é começar a campanha até fevereiro do ano que vem.
A Rússia já está um pouco mais adiantada nos planos e afirmou que a partir da próxima semana deve começar a imunizar a população com a Sputnik V. A vacinação iniciou com militares, grupos de risco, médicos e professores; o restante da população deve esperar mais um ou dois meses para receber a dose.
Vacinação vs. vida normal
Todas essas informações trazem a sensação de que a normalidade está voltando ao mundo, porém pode ser que ainda tenhamos um longo tempo até podermos viajar sem restrições, parar de usar máscara e participar de eventos com grandes aglomerações.
Isso porque a única forma de voltar a viver como antes será quando cerca de 70% da população estiver imunizada contra a covid-19. O cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, acredita que com esse índice de vacinados seria atingida a imunidade coletiva mínima necessária para uma vida segura.
Cautela
Ainda com a expectativa de que a vacinação de 70% da população mundial possa trazer a normalidade de volta, estudiosos pedem paciência e calma porque a imunização de todas essas pessoas pode levar meses ou até anos. Além disso, ainda não se entende 100% a doença e a imunidade gerada contra a covid-19, já que não existe certeza sobre o grau de eficácia ou o tempo de duração das vacinas disponibilizadas.
Amós García Rojas, presidente da Associação de Vacinação da Espanha, acredita que o “velho normal” pode demorar um longo período para voltar; ainda assim, alguns costumes devem se alterar até lá. O especialista afirma que o uso de máscara será uma característica da população do futuro e defende a preferência por home office e bares trabalhando com capacidade reduzida por mais um bom tempo.
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Fonte: BBC News, Exame, Porque, O Tempo.