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A nova onda da pandemia está mostrando uma migração no perfil de infecções por coronavírus. Com a vacinação da população idosa, o número de casos em crianças e adolescentes tem crescido no mundo; entre janeiro e fevereiro, morreram 1.208 crianças de 0 ano a 5 anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
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Outro fator que pode estar gerando aumento do índice dessa faixa etária é a maior circulação de variantes mais contagiosas. Além disso, a abertura de escolas para a volta das aulas presenciais e o menor distanciamento social geraram a necessidade de criação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica em Israel, na França, na Alemanha e nos Estados Unidos. Com isso, os países estão se vendo forçados a instituir novo lockdown, na tentativa de frear a velocidade de disseminação da doença.
Mutação nas novas cepas de coronavírus
As variantes que alcançam maior transmissibilidade sofreram mutação na proteína Spike. A cepa viral do Reino Unido, por exemplo, apresenta uma maior força de interação molecular da proteína com o receptor ACE2, presente na superfície das células humanas e com o qual o Sars-CoV-2 se liga para viabilizar a infecção. A conclusão é de pesquisa realizada pelas faculdades de Medicina e de Odontologia da Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto.
Quanto maior a circulação do vírus, maior a possibilidade de mutações acontecerem. Como a população idosa já está imunizada, as modificações em partes do Sars-CoV-2 tendem a ocorrer mais nos jovens, em especial em locais onde as atividades escolares presenciais e o convívio social foram retomados.
Como ainda não há vacina no mundo autorizada para menores de 16 anos, à medida em que a vacinação avança, essa faixa etária deverá ficar cada vez mais suscetível à circulação da doença, em especial a partir do surgimento de novas variantes.
Aumento de internação de crianças por covid-19
O número de crianças internadas com covid-19 cresceu nos hospitais particulares do Estado de São Paulo, de acordo com levantamento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (SindHosp). Houve aumento de 47% na ocupação de UTIs pediátricas em 93 hospitais de 12 das 17 regionais.
O número de óbitos de crianças por conta do coronavírus em 2021 equivale ao total do que foi registrado em todo o ano passado no Estado, segundo pesquisa desenvolvida pela Agência Brasil a partir de dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
O crescimento foi sentido de forma mais forte no setor público. Somente na capital, o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus registrou aumento de 56,63% nas internações, enquanto no Hospital Municipal da Criança e do Adolescente essa elevação foi de 86,41%. Já o Hospital Infantil Cândido Fontoura ultrapassou a marca de 76,5% de ocupação de leitos.
Fonte: Webmd, Medscape, Observatório 3o Setor, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).