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As mutações do novo coronavírus, como a variante Delta, associadas à explosão de casos em vários países, devem continuar a surgir pelo menos até o início de 2023. A previsão é do CEO da Moderna, Stéphane Bancel, que abordou o assunto durante a conferência global de saúde HIMSS 21, no dia 11 de agosto.
“Os próximos 12 a 18 meses serão ainda muito intensos, muito complicados”, disse em uma sessão online do evento, referindo-se também à possibilidade de combinação das cepas. Para o executivo, as mutações Delta e Beta são as principais candidatas a se misturarem, formando uma “variante híbrida”.
Bancel ressaltou que as vacinas têm o poder de frear o avanço da covid-19, contribuindo para reduzir hospitalizações e casos graves. Por conta disso, o francês diz que é essencial as pessoas não vacinadas receberem a imunização o quanto antes.
Na conversa, o chefe da farmacêutica americana também lembrou da importância dos recursos digitais no combate à pandemia. De acordo com ele, tecnologias como inteligência artificial e aprendizado de máquina estão sendo utilizadas pela Moderna para aprimorar o seu produto.
Variantes já identificadas
A variante Delta tem deixado os especialistas em alerta. A mutação, também conhecida como B.1.617.2, foi detectada pela primeira vez na Índia, em maio de 2020. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), outras cepas que estão circulando e demandam uma maior atenção das autoridades são a Alfa, a Beta e a Gama.
Conhecidas como variantes de preocupação, elas têm maior capacidade de contágio e podem se manifestar de forma mais grave, aumentando o número de hospitalizações e mortes.
Há ainda as variantes de interesse, que são aquelas com marcadores genéticos capazes de afetar a transmissão, a terapia, o diagnóstico e a resposta aos anticorpos. Elas podem exigir algumas ações de saúde pública e dependem de uma investigação epidemiológica para avaliar de forma mais completa o seu potencial.
Nesse último caso, estão atualmente em observação pela OMS as variantes Eta, Lota, Kappa e Lambda, detectadas recentemente. Cabe ressaltar que as cepas passaram a ser nomeadas com letras do alfabeto grego em maio, como forma de facilitar os debates pelos públicos não científicos.
Vacinas contra covid-19 deverão ser anuais
Finalizado o período previsto pelo CEO da Moderna em relação ao surgimento de novas variantes, ele acredita que a quantidade de infectados sofrerá uma grande redução. Apesar disso, Bancel afirma que a vacinação se tornará anual, como acontece com a prevenção à gripe, trazendo proteção contra a cepa mais recente.
Um estudo feito pela Mayo Clinic em julho, com 50 mil voluntários, indicou que as vacinas da Moderna e da Pfizer são eficazes contra a Delta. Porém, a proteção cai com o tempo, segundo a pesquisa, podendo exigir a aplicação de uma dose de reforço.
Uma investigação feita pela Universidade de Oxford, ainda não revisada pela comunidade científica, apresentou resultados semelhantes, incluindo também dados do imunizante da AstraZeneca.
Fonte: Healthcare News, CNBC, medRxiv, Universidade de Oxford, OMS.