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Covid-19: o que causa os recordes de mortes no Brasil?

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O número de infectados pela covid-19 está aumentando a cada dia. Até 14 de março, o Ministério da Saúde registrou mais de 11,4 milhões de casos confirmados e mais de 278 mil mortes no País. Os índices de óbitos também estão aumentando, com registro de recorde em 10 de março: 2.286 mortes em 24 horas, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Existem algumas explicações para o elevado número de mortes e novos casos da doença no Brasil. Alguns dados e acontecimentos recentes mostram os motivos de a pandemia no País estar no nível atual.

Número de testes de covid-19

Estados Unidos e Reino Unido têm maiores índices de testes a cada mil habitantes. (Fonte: Our World in Data/Reprodução)

Um dos grandes problemas do Brasil é que o número de testes realizados para comprovar se o paciente está com a doença é muito baixo. Até 17 de fevereiro, o Ministério da Saúde registrou pouco mais de 14 milhões de exames do tipo mais confiável, o PCR.

Por aqui, são feitos cerca de 105 testes a cada mil habitantes, em um montante relativamente baixo quando comparado com Estados Unidos e Europa, por exemplo. Nos EUA, são feitos mais de 1.045 testes a cada mil habitantes; no Canadá, mais de 676 exames a cada mil habitantes; no Reino Unido, mais de 1,4 mil testes a cada mil habitantes. Os dados são do Our World in Data da Universidade de Oxford.

Os exames são peça-chave para controlar o vírus; sem eles, não há como realmente saber como a doença está se espalhando, em qual região, em que velocidade e quantos infectados existem no País, já que muitos podem nem saber que estão infectados. A plataforma de dados afirma que realizar o maior número de exames possível ajuda a diminuir a quantidade de casos, já que as pessoas contaminadas são localizadas e isoladas rapidamente. 

Ações do Ministério da Saúde

As decisões que o governo brasileiro toma todos os dias em relação à covid-19 impactam, também, o número de mortes. Em 15 de março, o presidente da República escolheu o médico Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde, o quarto a ocupar o cargo desde o início da pandemia.

Outras ações também se refletem diretamente na gravidade da doença, como a falta de políticas mais rígidas com ações definidas para conter o avanço da pandemia. Outro ponto negativo são as declarações e decisões do Governo Bolsonaro.

Atraso na vacinação

Com as declarações do presidente Jair Bolsonaro e o fato de que ele ignorou alguns ofícios da Pfizer e do Instituto Butantan sobre a compra de vacinas em janeiro deste ano, o resultado da campanha de imunização também registra números ruins quando comparado ao exterior.

Segundo o Monitor da Universidade Federal de Viçosa, o Brasil registrou 9.718.066 de pessoas vacinadas. De acordo com dados do Our World in Data atualizados em 14 de março, nos EUA 68,88 milhões de pessoas já receberam ao menos uma dose da imunização.

Imunização da população brasileira quase chegou a 10 milhões em 14 de março. (Fonte: Universidade Federal de Viçosa/Reprodução)

Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Salvador (BA), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE) precisaram suspender a vacinação pela falta de doses em fevereiro deste ano. Em 11 de março, o município do Rio de Janeiro também suspendeu a imunização porque as doses acabaram. O atraso no calendário de vacinação, segundo especialistas, contribui com o aumento da disseminação do vírus e, consequentemente, gera mais mortes.

A parcela de culpa da população

Além do atraso na vacinação, da falta de realização de exames de covid-19 e da passividade de ações do governo brasileiro frente à pandemia, existe a parcela de culpa da própria população. Festas clandestinas e desrespeito ao distanciamento social também alavancam a proliferação da doença e causam ainda mais mortes no País.

Por isso, o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e médicos especialistas reafirmam a importância de as pessoas continuarem seguindo todos os protocolos de segurança: higienizar as mãos, usar álcool em gel, evitar aglomerações e usar máscaras.

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Fonte: Ministério da Saúde, Our World In Data, CNN, Ministério da Saúde, Our World in Data, Universidade Federal de Viçosa, Estadão.

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