De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o número de mortes por dengue no Brasil atingiu níveis alarmantes em 2019 e pode aumentar. Foram registrados cerca de 754 casos no País, que sofreu com crescimento de mais de 386% em relação a 2018, quando 155 pessoas foram vítimas fatais da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti.
Como o balanço divulgado não contabilizou o ano completo, seguem em investigação 221 suspeitas. Apesar disso, esses dados já fazem de 2019 o segundo ano com maior quantidade de mortes por dengue desde 1998. O total registrado no ano passado fica atrás apenas de 2015, quando o País viveu uma epidemia da doença, com 986 vítimas fatais.
Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, o número de notificações também segue alto, cerca de 1,5 milhão. O aumento em relação a 2018, quando foram registrados pouco mais de 247 mil casos, chega a 517%.
Os registros do ano passado foram mais recorrentes nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, concentrando quase dois terços dos casos notificados.
Sorotipo 2 pode ter contribuído para alta
Os registros de mortes por dengue dispararam em 2019 após dois anos em queda. Esse fato está relacionado à entrada do vírus em locais com grandes populações e fatores climáticos favoráveis ao seu desenvolvimento, além do aumento da circulação do sorotipo 2 da dengue, responsável pelos cenários mais graves.
Anteriormente, as epidemias estavam sendo causadas principalmente pelos sorotipos 1 e 4. Segundo o MS, historicamente, há uma alternância de biênios com alta e baixa incidência de casos, o que faz com que a expectativa para 2020 seja de números elevados.
Como realizar a prevenção da dengue
A preocupação com uma nova epidemia em 2020 existe, por isso o MS insiste nas recomendações para garantir a prevenção. Entre elas estão verificar se há algum depósito de água dentro de casa ou no quintal, evitar o acúmulo de água em recipientes, como potes e vasos de plantas, além de limpar regularmente as calhas e não deixar pneus expostos em áreas abertas.
As ações de prevenção acontecem há anos, com agentes de saúde e vigilância monitorando casas e terrenos nas cidades, mas os focos do mosquito Aedes aegypti continuam crescendo anualmente. Devido a isso, o MS afirma que está apostando em novas tecnologias, como um projeto para liberação do mosquito Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que minimiza o poder de transmissão de doenças como a dengue.
Fontes: Agência Brasil.