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Descaso com cronogramas de vacina gera alerta nos Estados Unidos

Os Estados Unidos têm lidado com um sério problema na área da saúde: a baixa adesão às campanhas de vacinação infantil. De acordo com um estudo realizado em conjunto pelo Emory Vaccine Center, na Geórgia, e a Universidade do Estado de Nova York, um terço dos pais estadunidenses começou a atrasar vacinas para seus filhos mais novos. Esse é um número que preocupa as autoridades médicas, visto que os primeiros dois anos de vida representam a faixa etária com maiores riscos para contrair doenças como rotavírus e sarampo. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), dos EUA, recomenda a imunização contra 14 doenças graves. Os pesquisadores acreditam que o consumo de informações online possa ser um dos fatores que vêm contribuindo para que o movimento antivacinação ganhe força no país. O excesso de informações vindo do mundo digital pode fazer com que pais criem desconfianças em relação às décadas de pesquisa científica e atrasem a vacinação de seus filhos. Os dados do documento também apontam para uma discrepância nas taxas de adesão por camada social. De acordo com o estudo, crianças de famílias menos favorecidas têm maior probabilidade de terem o cronograma de vacinação atrasado do que aquelas vindas de famílias mais abastadas. Coautor do estudo e professor assistente de Saúde Global e Epidemiologia no Emory Vaccine Center, Robert A. Bednarczyk reforçou, em entrevista para o portal Healthline, a importância da conscientização dos pais sobre o assunto. Para Bednarczyk, os números da pesquisa devem fazer com que pediatras estadunidenses relembrem a necessidade de explicar os cronogramas de vacinação para as famílias e garantir que as crianças não percam quaisquer datas durante seu crescimento. O pesquisador ainda ressalta que o calendário foi desenvolvido por equipes de cientistas altamente qualificadas e, por isso, precisa ser levado a sério.

Surto de sarampo

(Fonte: Pixabay)
No fim de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório informando sobre o pior surto de sarampo nos últimos 15 anos: foram 364 mil novos casos notificados em 181 países entre janeiro e julho. Segundo a OMS, os números foram três vezes maiores que os apresentados no mesmo período de 2018. A situação é resultado da queda na adesão às campanhas de vacinação no mundo inteiro, e a Organização reporta que o quadro pode ser ainda mais grave. Além disso, estima-se que apenas um em cada dez casos de sarampo seja notificado aos órgãos de saúde — cenário pior só foi observado em 2006. A Unicef e a OMS indicam que, para que novos surtos deixem de acontecer, é preciso que as taxas de vacinação sejam em torno de 95% — o que não é o caso do Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 79% do público-alvo da vacina receberam as duas doses em 2019. Altamente contagioso e com um quadro infeccioso que pode levar à morte, o sarampo é uma doença que precisa ser combatida por meio da vacina — sobretudo para crianças menores de 1 ano. Os novos surtos de sarampo levaram o Ministério da Saúde a recomendar uma dose extra para bebês entre 6 e 11 meses de idade. Apesar de a chamada “dose zero” não fazer parte do calendário de vacinação do país, ela ajuda a diminuir a incidência de novos casos da doença e salvar a vida de milhares de crianças.

Vacina contra meningite

(Fonte: Pixabay)
Outra doença que afeta principalmente crianças menores de 5 anos de idade e tem na campanha de vacinação sua principal forma de combate é a meningite. Suas duas versões (viral e bacteriana) se caracterizam pela inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Em alguns casos, a meningite pode se desenvolver de maneira fulminante, resultando em óbito após um curto período. Por isso, o Ministério da Saúde ressalta a importância de os pais levarem seus filhos para serem vacinados contra a doença. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacinas gratuitas para quatro formas de manifestação da meningite. Por ser uma infecção que tem processo de contaminação de pessoa para pessoa, a vacinação é o principal método para conter novos surtos. Fonte: Healthline, Pediatrics e Ministério da Saúde.
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