Anualmente, cresce o número de diabéticos no Brasil e no mundo. Em 2014, foram diagnosticados 422 milhões de casos; ou seja, 1 em cada 11 pessoas no mundo enfrenta a doença. A condição é caracterizada pela desregulação do nível glicêmico no sangue e pela hiperglicemia, que pode ocasionar danos irreversíveis a diferentes órgãos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a diabetes é a principal causa de outras complicações de saúde, como cegueira, falência dos rins, ataques cardíacos e amputações de membros inferiores — sendo o tipo 2 a forma mais comum, caracterizando 90% dos casos no Brasil.
Sua ocorrência é relacionada a hábitos de vida sedentários e dietas com muita gordura, sal, açúcar e alimentos processados. Ela acontece quando o organismo se torna resistente à insulina, hormônio responsável por introduzir a glicose nas células.
Por se tratar de uma doença silenciosa, a taxa de glicemia pode ser o único indicador nos estágios iniciais. Enquanto o número de obesos cresce no país, estima-se que metade dos diabéticos brasileiros desconheça a presença da doença.
Um método eficiente para se prevenir e controlá-la é a partir da adequação alimentar em escala individual e do combate à obesidade através de políticas públicas.
Uma revisão de nove estudos conduzidos pela Universidade de Harvard aponta que a probabilidade de o organismo desenvolver diabetes tipo 2 e sua capacidade de controlá-la — resultando em qualidade de vida ao diabético — estão diretamente relacionadas à quantidade e à diversidade de plantas ingeridas na alimentação cotidiana.
Uma dieta plant-based é capaz de reduzir em até 30% as chances de desenvolvimento de diabetes tipo 2. A probabilidade de ocorrência cai para 23% nos casos de pessoas que seguem uma dieta balanceada, rica em legumes e verduras e consomem moderadamente proteínas de origem animal. Para isso, também é essencial apostar no consumo de legumes, grãos e oleaginosas.
A ingestão excessiva de carne e derivados animais (todos os dias ou em grandes quantidades) sobrecarrega o corpo, principalmente quando se trata de alimentos gordurosos, processados e de baixo valor nutricional.
É recomendado que a dieta siga um planejamento de horários, com refeições menores ao longo do dia, para evitar casos de hipoglicemia (nível glicêmico abaixo do normal), fenômeno comum entre os diabéticos, quando há desajustes na medicação, excesso de esforço físico, abuso de álcool ou jejum prolongado.
De qualquer modo, é importante que os diabéticos evitem o excesso de carboidratos (batata, arroz, trigo), gorduras (óleos vegetais e oleaginosas) e açúcares, mesmo quando provenientes de frutas.
Fontes: Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, JAMA Internal Medicine.