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Diabetes pode estar relacionada aos casos de fungo preto

Mucor mold, black fungus, yellow fungus, bread mold fungi, 3D illustration. Opportunistic fungi that cause mucormycosis involving skin, nasal sinuses, brain and lungs. Complication of Covid-19

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A diabetes já é considerada uma epidemia global. Atualmente, sabe-se que o consumo de açúcar e o sedentarismo são algumas das razões que fazem a doença ser um problema de saúde pública junto à obesidade e à hipertensão, quadros que estão relacionados.

Segundo a International Diabetes Federation (IDF) e a Organização das Nações Unidas (ONU), que estudaram países com grandes populações, de 5% a 10% das pessoas apresentam diabetes — no topo da lista encontra-se os Estados Unidos, com mais de 9% da população diagnosticada com essa síndrome metabólica.

Nesse sentido, ainda mais preocupante do que a condição são as suas complicações: má cicatrização, inflamações e déficit no funcionamento dos órgãos estão entre as mais comuns. E, agora, parece haver uma nova doença que torna os diabéticos especialmente vulneráveis: a mucormicose. 

O que é a mucormicose?

Necrose nos seios da face é um dos primeiros sintomas relatados por pacientes acometidos por mucormicose. (Fonte: Kateryna Kon/Shutterstock)

Conhecida popularmente como fungo preto, a mucormicose rinocerebral é um tipo de infecção causada por fungos e costuma ser percebida inicialmente nos seios da face, podendo atingir os olhos e o cérebro. Considerada letal em metade dos casos, em caso de cura pode ser necessária a extração do globo ocular ou de parte do tecido facial que sofreu necrose.

Diabéticos são mais afetados

Esse tipo de infecção é rara e acomete principalmente pacientes imunodeprimidos, ou seja, que estão com “imunidade baixa”. Porém, recentemente constatou-se que ela atinge prioritariamente pessoas diabéticas, pois o fungo se adapta bem a ambientes acidóticos.

Consequentemente, é compatível com a cetoacidose diabética, em que o corpo não produz insulina suficiente e o sangue fica “intoxicado”. O hálito ácido é, aliás, um dos elementos do diagnóstico clínico que leva os médicos a desconfiar do mau funcionamento do pâncreas. Mas por que a Índia, que tem 5,5% de diabéticos, é o epicentro mais recente da mucormicose e não os Estados Unidos? 

Segundo especialistas, o problema não reside exatamente no fato de ser diabético, mas no de a síndrome não estar sendo adequadamente tratada. Segundo a IDF, a Índia e alguns vizinhos, como o Paquistão, têm um problema de saúde pública que favorece a subnotificação da doença.

Conheça os riscos de infecção no Brasil

A estratégia de territorialização da atenção primária permite ao Brasil uma boa gestão de doenças crônicas. (Fonte: Jorge Hely Veiga/Shutterstock)

Embora haja dezenas de casos de mucormicose documentados no Brasil, o fato de haver uma estrutura de saúde pública capaz de atender doenças crônicas deve fazer a diferença. 

Mesmo tendo quase 8% de diabéticos, a capilarização do Sistema Único de Saúde (SUS) e a expertise no acompanhamento de doenças crônicas da atenção primária brasileira tendem a ser um escudo importante no controle de doenças devastadoras como a mucormicose.

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Fonte: BBC, Scielo.

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