Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
A endometriose atinge cerca de 10% da população feminina do Brasil. Mesmo diante de tal cenário, ainda é uma condição pouco conhecida e gera muitas dúvidas às pacientes, inclusive após o diagnóstico médico. Saiba mais sobre o assunto.
Entenda a endometriose e como ela afeta o corpo
A endometriose se caracteriza pelo crescimento anormal do endométrio (tecido que faz o revestimento do útero). O tecido cresce para fora do órgão e seus fragmentos podem atingir a região dos ovários, das trompas e até de órgãos próximos (como intestino e bexiga).
Nesse caso, mesmo fora do útero, o endométrio é estimulado a continuar crescendo. No momento da menstruação, as partes excedentes descamam com o tecido original que está na cavidade uterina. Consequentemente, isso provoca cólicas intensas e muito desconforto à mulher, podendo afetar significativamente sua qualidade de vida.
Essa doença inflamatória pode ser classificada em seis tipos: profunda, ovariana, superficial, septo reto-vaginal, de parede e pulmonar (ou pleural). Mas em todos os casos a manifestação se dá da mesma forma: a partir das alterações de crescimento no endométrio.
A endometriose causa infertilidade?
Sim, a endometriose é uma das causas de infertilidade feminina. No entanto, isso não significa que todas as mulheres que têm a doença são inférteis, há a possibilidade de se ter endometriose e ainda assim conseguir engravidar (por meios naturais ou inseminação).
Quando a condição prejudica a fertilidade, geralmente é porque ocorreu uma liberação excessiva de hormônios, consequentemente, prejudicando a ovulação e dificultando (ou impossibilitando) a gestação. Além disso, o nível de comprometimento do sistema reprodutor pela endometriose e a idade da mulher são pontos que favorecem a infertilidade pela doença.
Causas e fatores de risco à doença
Não há uma causa estritamente definida para a endometriose, mas existem alguns fatores de risco que costumam ser apontados como desencadeadores. O principal é o histórico familiar, considerando estudos divulgados pela Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia, bem como dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que indicam que cerca de 50% das mulheres diagnosticadas com a condição têm histórico da doença na família.
Inscreva-se agora para o mais relevante evento de saúde do Brasil. É online e gratuito!
Esse ponto, inclusive, pode ser um facilitador do diagnóstico médico, desde que associado à realização de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, principalmente.
Existem outros fatores, para além da genética, que podem contribuir para o desenvolvimento da endometriose: ciclos menstruais irregulares, menstruação prolongada (mais de sete dias de duração), não ter engravidado, anomalias no útero e problemas imunológicos.
Conheça os sintomas da endometriose
O sintoma mais comum da endometriose é a dor intensa, provocada pelas cólicas, devido à expansão do endométrio. No entanto, a infertilidade também pode ser um sinal recorrente, considerando que muitas mulheres são diagnosticadas com a doença ao investigarem a causa dos problemas de fertilidade. Além desses, outros sintomas são:
- cólicas menstruais incapacitantes;
- fortes dores abdominais no período menstrual;
- sangramento menstrual intenso;
- presença de nódulos ou cistos no sistema reprodutor;
- dores ao urinar;
- constipação (prisão de ventre) e cólicas intestinais;
- dor durante e após as relações sexuais.
Lembrando que nem todas as pacientes apresentam os mesmos sintomas, pode-se manifestar todos, nenhum ou alguns, em intensidades e momentos diferentes.
Como é o pós-diagnóstico? Endometriose tem cura?
Essa é uma condição crônica e que, mesmo com intervenções cirúrgicas, pode ser recorrente e dificilmente apresenta uma cura definitiva. Dessa forma, é comum que após o diagnóstico sejam iniciados tratamentos medicamentosos (analgésicos, anti-inflamatórios e contraceptivos) para melhorar a qualidade de vida da mulher e minimizar os danos causados pela doença.
As cirurgias costumam ser recomendadas pela equipe médica em casos mais graves da doença. Ainda assim apresentam riscos, podendo acarretar complicações como a infertilidade. Portanto, a indicação de terapia após o diagnóstico deve variar conforme cada paciente.
Fonte: Febrasgo, Agência Brasil, Anvisa.