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Embora a vacinação já esteja acontecendo ao redor do mundo, o processo de imunização em massa ainda deve demorar para acontecer em algumas localidades, como é o caso do Brasil. Por isso, infectologistas de instituições como a USP e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) indicam que a vacina por si só não será a solução.
A aposta dos especialistas é que, até que ocorra a vacinação em massa, as medidas de prevenção (como uso de máscara e álcool em gel) ainda são necessárias para conter o avanço da pandemia. Entenda melhor essas perspectivas.
Por que a pandemia deve continuar mesmo com a vacinação?
No Brasil, o plano de vacinação nacional do governo tem avançado lentamente e, se o ritmo for mantido, vai demorar para que toda a população adulta seja vacinada.
Essa é uma realidade que leva pesquisadores como Daniel Santos Mansur, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a reforçarem a ideia de que pode ser um processo lento até atingir uma cobertura vacinal satisfatória a ponto de diminuir a circulação do novo coronavírus e, consequentemente, o surgimento de novos casos.
Além desse processo lento de vacinação, outro empecilho é a disponibilidade das vacinas, considerando que atualmente, no Brasil, só foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) as vacinas Coronavac (Instituto Butantan e laboratório Sinovac) e a da Oxford/AstraZeneca, ambas para uso emergencial.
Mais recentemente, no fim de fevereiro, a vacina da Pfizer e BioNTech também foi aprovada. Em contrapartida às demais opções, esta obteve o registro definitivo pela Anvisa, sendo a primeira a obter a regulamentação no País.
Ainda, para além da não disponibilidade de vacinas à população toda, há também a resistência por parte de alguns frente à imunização contra a covid-19. O Instituto DataFolha divulgou em 21/03/2021 dados referentes à intenção da população em se vacinar. Os resultados apontam que 30% dos que responderam à pesquisa são contra a vacinação obrigatória e 9% dizem que não pretendem se imunizar.
Devido a questões como essas, que inviabilizam a cobertura vacinal nos índices necessários (entre 70% a 80% da população), ainda podem ocorrer novos surtos, e o avanço da doença prosseguir.
Por isso, a vacina em si não é o suficiente para acabar com a pandemia. É preciso que esse recurso esteja disponível a uma grande parcela populacional e que, sobretudo, as pessoas optem pela imunização. Enquanto essa não for uma realidade, o número de novos casos deve continuar crescendo (até o momento são mais de 12 milhões de casos confirmados e mais de 300 mil óbitos).
Dessa forma, as medidas de prevenção são a única solução viável, e a recomendação do Ministério da Saúde é que elas não sejam abandonadas. Então, distanciamento social, uso de máscara e higienização severa ainda são cuidados que devem fazer parte da rotina para caminhar rumo ao fim da pandemia.
Vale destacar, por fim, a perspectiva de um estudo da Universidade de Georgetown, no qual os pesquisadores afirmam que a pandemia não deve acabar até que se entenda exatamente como frear a transmissão, especialmente considerando a grande quantidade de casos assintomáticos. A pesquisa reforça que, embora as vacinas evitem a doença e suas complicações, não são 100% propensas a prevenir sua transmissão.
Fonte: NSC Total, Ministério da Saúde, DataFolha, BBC, The Lancet, Science Daily.