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Os dados preliminares de uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostram que imunizados com a tríplice viral, utilizada contra sarampo, caxumba e rubéola, tiveram redução de 54% nas chances de terem sintomas da covid-19. Além disso, o risco de internação dessas pessoas caiu 74%.
O estudo está sendo realizado junto ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis (SC), e obteve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
Como a análise segue em andamento, a UFSC está avaliando por quanto tempo a tríplice viral age contra a covid-19. A principal hipótese levantada pelos pesquisadores é que a ação seja de três meses a seis meses se o paciente receber apenas uma dose; em caso de dosagem dupla, o período seria de oito meses a um ano.
Método de pesquisa
O estudo da UFSC analisa 430 voluntários da área da saúde que estão mais expostos ao vírus durante a pandemia. Segundo a Fapesc, em uma parte do grupo é aplicado o imunizante contra rubéola, caxumba e sarampo, e a outra recebe uma substância inativa, o placebo.
Com avaliações clínicas e exames do tipo PCR realizados nos participantes, são gerados dados que têm mostrado a redução de sintomas gerados pelo Sars-CoV-2 quando aplicado o imunizante.
Tríplice viral não substitui imunizante da covid-19
Apesar de os resultados serem significativos e bastante animadores, com algumas demonstrações de que os pacientes podem ser assintomáticos quando infectados pelo coronavírus, a pesquisa não indica substituir o imunizante específico contra a covid-19. Na verdade, isso pode apenas ajudar na estratégia de vacinação, já que reduz os sintomas e apresenta respostas imunológicas excelentes.
Investimentos em pesquisas
Os resultados preliminares demostram a importância de investimentos em pesquisas para tentar acabar com a pandemia. A Fapesc aplicou cerca de R$ 2,2 milhões em ações contra a doença em Santa Catarina para o desenvolvimento de novos produtos capazes de inativar o vírus, além de pesquisas de diagnósticos mais precisos e um estudo sobre produção de tecido pulmonar humano.
Para o estudo da UFSC sobre a tríplice viral foram investidos R$ 100 mil. Segundo a instituição, assim como os resultados dessa análise estão sendo divulgados, outros projetos em fase de conclusão serão apresentados nos próximos meses. Para a Fapesc, é importante fomentar as novas descobertas acerca do tema.
“A Fapesc está cumprindo seu papel ao dar suporte a uma série de pesquisas e inovações para o enfrentamento da pandemia. Alguns resultados já foram divulgados, mas, em breve, haverá outros”, disse o presidente e diretor de ciência, tecnologia e inovação, Amauri Bogo, em matéria publicada no site oficial da fundação.
Fonte: Fapesc, UFSC, Governo de Santa Catarina.