Ícone do site Summit Saúde Estadão

Febre hemorrágica brasileira: o que é e como identificar

Uma notícia recente trouxe um alerta para a aparição de uma doença considerada rara. Um homem de 52 anos foi vítima de febre hemorrágica brasileira e morreu em São Paulo no dia 11 de janeiro de 2020.

Sem registros no País há mais de 20 anos, com apenas quatro casos na literatura médica nacional, a doença possui evolução rápida e grave, apesar de estar restrita aos ambientes silvestres e de não haver histórico de transmissão entre humanos.

Provocada pelo arenavíus, a febre hemorrágica brasileira é caracterizada, como o nome sugere, por febre e manifestações hemorrágicas. Há duas formas de transmissão da doença. Uma delas se dá por meio da inalação de pequenas partículas formadas a partir de urina, fezes e saliva de pequenos mamíferos silvestres, que funcionam como reservatórios do vírus. A outra é o contato muito próximo e prolongado com pessoas acometidas pela condição e suas secreções ou excreções.

Considerando que o período de incubação, que compreende o tempo entre a exposição do vírus e o início dos sintomas, geralmente é de 6 a 14 dias, podendo variar de 5 a 21 dias, ficar atento aos sintomas e saber como identificar situações de risco é fundamental para um diagnóstico preciso e antecipado.

(Fonte: Unsplash)

Sintomas e diagnóstico

Procurar auxílio médico especializado quando são detectados sintomas de quaisquer natureza é o primeiro passo para identificar a causa. No caso da febre hemorrágica brasileira, as principais manifestações são:

Elas são comuns a várias doenças. O morador de Sorocaba, citado no início da matéria, por exemplo, passou por exames para identificação de patologias como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. Como a febre hemorrágica só é detectada pelo exame de biologia molecular, o quadro pode acabar se agravando, causando inclusive comprometimento neurológico (sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão) e hepático.

Portanto, se os sintomas aparecerem, relatar ao profissional de saúde a história de contato com roedores silvestres, pessoas doentes ou histórico de viagens ou presença em fazendas, parques ou atividades de ecoturismo pode agilizar o diagnóstico e o início do tratamento.

(Fonte: Pexels)

Prevenção e tratamento

Como não há indícios de epidemia ou vacina específica, o melhor a fazer é seguir recomendações gerais de prevenção. Evitar o contato com roedores silvestres encontrados em áreas rurais e de mata, assim como ambientes que possam indicar a presença desses animais, é a melhor forma de evitar a doença. Além disso, ao ter contato com caso suspeito, deve-se monitorar diariamente o aparecimento de sinais e sintomas. Vítimas com suspeita ou confirmação devem ser isoladas, seguindo orientações profissionais.

Não há tratamento específico para febre hemorrágica, e os cuidados se restringem aos sintomas apresentados. Apesar da gravidade, por se tratar de um caso considerado isolado e sem novas suspeitas, não é preciso, segundo Helena Sato — diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo —, alto nível de preocupação. Ainda de acordo com a especialista, os monitoramentos necessários estão sendo realizados.

Fontes: Ministério da Saúde, Estadão.

Sair da versão mobile