Com a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarando o novo coronavírus — também conhecido como Covid-19 — uma pandemia, alguns países começaram a adotar medidas visando impedir que o vírus alcance grandes proporções em um curto período de tempo.
A doença que teve origem em Wuhan, na China, apresenta um alto nível de contágio e vem infectando diversas pessoas ao redor do mundo, aumentando o número de mortos com o passar das semanas.
Enquanto países como a Coreia do Sul, Estados Unidos e Brasil optam por práticas como o distanciamento social com o intuito de impedir que o Covid-19 tome largas proporções, o governo do Reino Unido utiliza uma estratégia diferente e polêmica em relação à pandemia: a imunidade de grupo.
Em comunicado à imprensa, o principal consultor científico do governo britânico, Sir Patrick Vallance, sugeriu ao Reino Unido que siga um caminho de gerenciamento da propagação da infecção com a finalidade de tornar a população imune.
A imunidade de grupo é um conceito baseado em aplicar vacinas contra o vírus para grande parte da população, o que tornaria os beneficiados pela cura imunes ao contágio e, consequentemente, faria com que o restante da sociedade fosse beneficiada em um efeito cadeia — até mesmo aqueles que não receberam a vacina.
O grande problema, no atual cenário, é que a pandemia de Covid-19 ainda não tem uma vacina estabelecida, o que faria com que a técnica de imunidade de grupo fosse ineficiente.
Parte do governo no Reino Unido acredita que os cidadãos infectados pelo novo coronavírus tornem-se imunes após o primeiro contágio e, portanto, a estratégia ainda seria plausível. Porém, não há nenhuma pesquisa que confirme esse resultado, e deixar o vírus circular pelo país pode culminar em um aumento drástico no número de infectados e mortos.
Panorama mundial
O Covid-19 pertence a uma família de vírus que causa infecções respiratórias, e seus principais sintomas são: tosse, febre e dificuldades de respirar. Em recentes relatórios sobre a pandemia, a OMS definiu os grupos que fazem parte da zona de risco: idosos, diabéticos, hipertensos e cidadãos com doenças respiratórias crônicas.
Na Europa, o coronavírus gerou uma crise de saúde nas regiões da Itália e também da Espanha, onde os infectados são colocados de quarentena para impedir que a doença se dissemine em larga escala pela região. Os italianos já aparecem em 2º lugar no ranking com o maior número de infectados pela pandemia, segundo a OMS — são mais de 23 mil casos no país.
No planeta, esse vírus ultrapassou a marca de 167 mil casos confirmados e 6 mil óbitos desde o começo de sua propagação no fim de 2019. Além de Espanha e Itália, outros países, como a França, já decretaram o fechamento de locais não essenciais ao funcionamento do país. Além disso, a Polônia se prepara para fechar todas as fronteiras do país, e os Estados Unidos proibiram a entrada de novos voos vindos da Europa.
Os efeitos no Brasil
No vigésimo dia da pandemia no Brasil, o país sul-americano contabilizou 291 casos confirmados e dois mortos pelo novo coronavírus. Com o avanço do vírus pelo território brasileiro, o Ministério da Saúde preparou algumas estratégias a fim de evitar o contágio da doença.
Entre as medidas recomendadas aos brasileiros estão o distanciamento social e a higienização frequente das mãos e objetos. De acordo com os especialistas do governo brasileiro, é essencial que os grandes polos urbanos evitem aglomerações e que a população se esforce para impedir a disseminação rápida do vírus.
Principais meios de chegada de voos internacionais no Brasil, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo foram as que mais sofreram com o início da pandemia no país. A pasta do Governo pede às empresas que adotem um sistema de home office para que os trabalhadores não tenham a necessidade de sair de casa.
Diversos estabelecimentos, como restaurantes e casas noturnas, fecharam as portas temporariamente, assim incentivando a população a se manter em seus domicílios. Segundo os especialistas do governo, evitar o contato excessivo entre pessoas pode ser o primeiro passo para que o coronavírus perca força de propagação nas próximas semanas.
Fontes: BBC, Ministério da Saúde.