A tuberculose é uma das doenças que mais matam no mundo. Só no Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5 mil pessoas morrem ao ano por conta da doença. Ainda, na média anual a taxa de incidência é bem alta: algo próximo a 80 mil casos novos todos os anos.
A preocupação do Governo quanto à tuberculose é constante; por isso, há campanhas que incentivam as pessoas a buscarem os postos de saúde para obter um diagnóstico e — o mais importante — seguir o tratamento até o fim.
Porém, no caso de crianças, o esforço do Estado e da família tem de ser maior, pois se trata de um ser bem mais frágil e difícil de concluir a medicação, já que o tratamento da doença reúne remédios específicos e variados.
Segundo informações do Ministério da Saúde, para crianças menores de 10 anos o tratamento requer diferentes remédios para cada fase: na aguda, são utilizadas rifampicina, isoniazida e pirazinamida, todas ao mesmo tempo, de forma simultânea; já na fase de manutenção, são ministradas somente a rifampicina e a isoniazida. Ou seja, além de ser um número alto de comprimidos, muitos possuem um sabor desagradável para as crianças, o que aumenta a recusa e também a probabilidade de que o tratamento não seja concluído.
Foi pensando nisso que o Ministério da Saúde, no início de setembro, divulgou que o Sistema Único de Saúde (SUS) terá à disposição um novo medicamento que torna mais fácil para os pais ou responsáveis ministrarem a medicação. Essa nova fórmula será um comprimido que funciona como um efervescente, devendo assim ser diluído em água — o que simplifica o processo e, em consequência, faz com que o tratamento seja seguido adequadamente, passando por todas as fases necessárias até que a pessoa fique livre da doença. Todos os remédios de cada fase estarão contidos em um único comprimido, o que fará toda a diferença para os pacientes mirins e suas famílias.
Estima-se que essa nova medicação já esteja disponível para a população até 2020, o que permitirá alcançar muitas crianças em idade inferior a 10 anos (a expectativa é de que atinja cerca de 1,5 mil). Todos esses esforços visam tornar o tratamento da doença eficaz, fazendo com que o sistema de saúde funcione e consiga cumprir o seu papel adequado.
Porém, há ainda pontos sensíveis que precisam de atenção para que a tuberculose não venha a fazer tantas vítimas. Existem grupos abandonados, como é o caso de moradores de ruas e, principalmente, da população carcerária que sofre com uma taxa altíssima da incidência dentro dos presídios, derivada da situação deplorável em que vivem.
Fonte: EBC, Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde.