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O Brasil pode fechar um novo acordo para a compra de vacinas com a farmacêutica Pfizer, segundo um anúncio do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, realizado durante evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no início de maio.
Caso seja concretizado, o contrato deverá garantir mais 100 milhões de doses para o País. De acordo com as informações publicadas no Diário Oficial da União, o novo acordo terá um custo de R$ 6,6 bilhões, e o primeiro lote com 35 milhões de doses deve ser entregue em outubro.
Com isso, o Programa Nacional de Imunização contará com 200 milhões de vacinas fornecidas pela farmacêutica americana, quantidade necessária para imunizar quase a metade de toda a população brasileira, uma vez que são necessárias duas doses para garantir a formação de anticorpos para combater o novo coronavírus.
Até o momento, o laboratório americano entregou ao Brasil 1,629 milhão de doses. As primeiras 499 mil doses do imunizante da Pfizer foram distribuídas apenas para as capitais brasileiras, por conta das demandas de logística e armazenamento, o qual exige a manutenção de temperaturas entre -25°C e -15°C por um período máximo de 14 dias.
Negociações com a Pfizer
No segundo semestre de 2020, a farmacêutica realizou várias propostas ao governo brasileiro para a entrega de 70 milhões de doses a partir de dezembro. Entretanto, o ministério não tinha demonstrado interesse no imunizante.
No final de 2020, as negociações começaram a andar, mas o Ministério da Saúde esperava receber o primeiro lote antes da virada do ano, o que não era mais possível por conta de compromissos com outros países, segundo o laboratório.
O governo brasileiro também reclamou de uma cláusula que previa isenção de responsabilidade da farmacêutica na ocorrência de efeitos colaterais após a aplicação da vacina. Em resposta, o laboratório esclareceu que o acordo oferecido ao Brasil era idêntico aos contratos que foram enviados a diversos países que já estavam fazendo o uso da vacina.
Em janeiro, o Ministério da Saúde emitiu uma nota oficial afirmando que “representantes da Pfizer tentam desconstruir um trabalho de imunização” do Brasil e que o número de doses iniciais oferecidas ao País, consideradas insuficientes pelo governo, seria apenas uma “conquista de marketing” para a empresa.
Em fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) forneceu a Pfizer o primeiro registro definitivo de vacina contra a covid-19 no Brasil. No mês seguinte, as duas partes entraram finalmente em acordo para o fornecimento de 100 milhões de doses até o terceiro trimestre de 2021. O primeiro lote de imunizantes chegou ao País no final de abril.
Doses previstas
Até o momento, o Ministério da Saúde garantiu a contratação de aproximadamente 280 milhões de doses distribuídas da seguinte forma:
- 100 milhões da Coronavac;
- 100 milhões da Pfizer;
- 38 milhões da Janssen;
- 20 milhões da Covaxin;
- 12 milhões da Astrazeneca;
- 10 milhões da Sputnik V.
O governo federal também espera contratar outras 393 milhões de doses, sendo:
- 210 milhões com a Astrazeneca;
- 100 milhões anunciados em novo acordo com a Pfizer;
- 30 milhões com a Sinovac;
- 41 milhões com a Covax Facility;
- 13 milhões com a Moderna.
Caso todos os acordos sejam confirmados, o Brasil terá à disposição 673 milhões de doses, o que seria mais que suficiente para imunizar toda a população do País com duas aplicações de vacina.
Fonte: Agência Brasil, Ministério da Saúde.