Conhecido pela medicina desde a Idade Média, o sarampo chegou a ser considerado a segunda maior causa de mortalidade infantil no mundo no início da década de 1990. Com o passar do tempo e expansão da vacinação, acreditou-se que logo a doença seria erradicada, pelo menos nas Américas, visto que foram registradas 134,200 mortes em 2015 — um declínio de 79% desde o ano 2000.
Entretanto, no começo de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que as ocorrências da doença aumentaram em proporção alarmante de 300% em todo o mundo. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, a epidemia já é considerada a segunda pior dos últimos 25 anos. Já no Brasil, dois surtos foram registrados na região Norte no último ano, e atualmente outros estados também identificaram casos.
Causas do sarampo
Causado por um vírus, o sarampo é uma doença de caráter contagioso que pode ser transmitida por secreções, tosse ou espirro, além de passar pelo ar. Por conta dessas características, é considerada uma das principais causas de mortalidade infantil, mesmo com a existência de vacinas eficazes para prevenir seu contágio.
Os principais sintomas são as manchas avermelhadas que surgem no rosto e se espalham pelo corpo, febre alta, coriza, dor de cabeça, tosse e conjuntivite. Por geralmente seus sintomas serem confundidos com os de dengue, por exemplo, é indicado que se busque um serviço de saúde emergencial logo que aparecerem.
Não existindo um tratamento antiviral específico quando o vírus é contraído, geralmente se administra vitamina A nas vítimas para tentar evitar que a doença gere complicações, como danos nos globos oculares, que podem levar a cegueira. A administração dessa vitamina ajuda a reduzir em até metade a incidência de mortes por sarampo, mas precisa estar aliada à boa nutrição do paciente.
Por que o sarampo voltou?
A alta taxa de imigração registrada nos últimos anos e as viagens internacionais para locais onde há ocorrências da doença, são duas das causas pelas quais o sarampo vem tomando grandes proporções. Entretanto, a razão mais forte pela qual ela retomou um nível alarmante, é a redução na meta de vacinação infantil, dada a rejeição crescente quanto ao método.
A expectativa é de que 95% das crianças sejam vacinadas. Entretanto, há apenas 2 anos essa taxa estava em 84,9% na primeira dose e caía para 71,5% na segunda, de acordo com o Ministério da Saúde. Sendo assim, a ausência dessa proteção primária essencial no combate da doença, pode aumentar seus casos de forma epidemiológica. Por conta disso, é indicado que até mesmo adultos tomem as doses para garantir a prevenção.
Fonte: USP, Fundação Oswaldo Cruz.