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De acordo com uma nova pesquisa divulgada na 70ª Sessão Científica Anual e Expo do American College of Cardiology, pacientes com diagnóstico de pré-diabetes, quando comparados a pessoas com níveis normais de açúcar no sangue, estão mais propensos a sofrer um ataque cardíaco ou derrame. Segundo o portal EurekAlert, os pesquisadores afirmam que a descoberta deve servir como alerta à população e aos médicos.
“Descobrimos que a própria pré-diabetes pode aumentar significativamente a chance de alguém ter um grande evento cardiovascular, mesmo que nunca progrida para a diabetes”, disse o principal autor do estudo, Adrian Michel, residente do Beaumont Hospital-Royal Oak em Michigan, nos Estados Unidos.
O estudo realizado demonstrou que casos cardiovasculares graves acabaram ocorrendo em cerca de 18% dos pacientes com pré-diabetes. Em comparação a pacientes com níveis normais de açúcar no sangue foram de 11% dos casos.
Para realizar a análise, foram comparados outros fatores como idade, sexo, IMC, colesterol e tabagismo. Porém, constatou-se que a relação dos níveis elevados de açúcar era mais relevante para o desenvolvimento de problemas cardíacos. “Em vez de prevenir a diabetes, precisamos mudar o foco e prevenir a pré-diabetes”, comentou Michel ao EurekAlert.
A descoberta mais preocupante em relação ao levantamento foi de que mesmo conseguindo trazer o nível de açúcar no sangue ao índice normal, os pacientes com pré-diabetes ainda corriam o risco de ter um problema cardiovascular bastante elevado. Isso indica que prevenir a pré-diabetes desde o seu surgimento é a melhor abordagem para a população.
O que é a pré-diabetes e como se prevenir?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a pré-diabetes é considerada um estado de risco aumentado para o desenvolvimento da diabetes mellitus tipo 2.
Ao realizar um exame de sangue, é possível considerar alto risco quando há alterações grandes no metabolismo da glicose. De acordo com a American Diabetes Association (ADA), os valores de glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dL, após duas horas de ingestão de 75 gramas da glicose junto à hemoglobina entre 5,7 e 6,4% devem ser considerados um sinal de alerta.
Para evitar casos de pré-diabetes, estudos clínicos indicam a existência de três pontos que ajudam na prevenção, são eles a perda de peso, junto à prática de uma atividade física, e o tratamento farmacológico.
Mudanças alimentares, que levem o indivíduo a ingerir mais opções saudáveis, como frutas, verduras e vegetais, também podem contribuir para que haja uma melhora considerável do quadro e, consequentemente, evitando a progressão do quadro para um caso de pré-diabetes.
Fonte: EurekAlert, Sociedade Brasileira de Diabetes.