Ícone do site Summit Saúde Estadão

Qual é o plano de Joe Biden para a saúde global e estadunidense?

Ao se consagrar o 46º presidente eleito nos Estados Unidos após a vitória sobre o atual presidente, Donald Trump, do Partido Republicano, o democrata Joe Biden assume a enorme responsabilidade de liderar uma potência global em meio à pandemia do novo coronavírus que assola o planeta desde o fim de 2019.

A crise pandêmica e a saúde pública estadunidense estiveram entre os principais tópicos discutidos durante a corrida presidencial. Em seu plano de campanha, Biden prometeu dar respostas imediatas para frear a covid-19 no país e permitir a reconciliação do governo norte-americano com órgãos importantes do setor, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Parceria de Joe Biden com a OMS

Joe Biden pretende recolocar os EUA no patamar de maior financiador da OMS. (Fonte: Shutterstock)

Ex-vice-presidente do Governo Barack Obama, Biden sempre fez questão de ressaltar em seus discursos a seriedade da pandemia e a importância da utilização de materiais de proteção, como máscaras. Ao contrário de Trump, que chegou a chamar o vírus de “hoax democrata” (quando alguém faz algo falso parecer real), o próximo presidente dos EUA enxerga a pandemia como ponto principal de seus primeiros dias de governança em 2021.

Na OMS, existe a sensação de que a vitória de Biden nas urnas seja a primeira grande resposta global contra o vírus e abra uma enorme gama de possibilidades para o futuro do setor da saúde. O diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, parabenizou o novo líder nas redes sociais e afirmou que ele e seus colegas de trabalho estão ansiosos para trabalhar em conjunto pelo bem-estar das nações do mundo.

A reaproximação com a OMS é vista pelo Governo Biden como uma chance não apenas de demonstrar a solidariedade norte-americana pela crise vivida por outras nações em todos os continentes mas também de reafirmar a liderança em tópicos globais com engajamento político.

Fundo monetário global

Um dos primeiros passos do novo presidente dos EUA seria recolocar o país na posição de maior investidor da OMS, posto que perdeu para a Fundação Melinda e Bill Gates durante o Governo Trump. Sendo assim, a partir de 2021 poderá ser mais comum ver o governo estadunidense ajudando financeiramente os países mais pobres durante a pandemia.

O objetivo dessa mudança de direcionamento político é reunir as agências de saúde americanas e até mesmo o Departamento de Estado (DoS), responsável pelas relações internacionais do país, em uma missão de detecção, tratamento e minimização da propagação da covid-19.

As propostas de Biden ainda tratam da criação de um Conselho Global de Emergência liderado pelos EUA para instigar parceiros do G7 e outros grupos comerciais a apoiarem a OMS na luta pela saúde global. O presidente norte-americano carrega consigo a experiência de ter comandado a resposta internacional durante a epidemia de ebola na África Ocidental entre 2014 e 2015 no Governo Obama.

Reconstrução do “Obamacare”

Com percepções diferentes sobre a pandemia, Biden e Trump discutiram em debates presidenciais sobre o sistema de saúde norte-americano. (Fonte: Shutterstock)

Além da evidente atenção voltada à pandemia de covid-19, Biden deve revitalizar o programa Affordable Care Act (ACA), ou “Obamacare”, que acabou sendo deixado de lado e sofreu inúmeros golpes durante o governo do Partido Republicado. 

O ACA é uma lei federal sancionada por Obama em meados de 2010 e visto como o maior projeto de transformação do sistema de saúde estadunidense desde 1965, quando o então Presidente Lyndon B. Johnson assinou a criação do Medicare. O projeto atuou como uma lei federal sobre o controle de preço dos planos de saúde e a expansão de seguros públicos e privados para uma maior parcela da população dos EUA.

Durante os debates de 2020, Biden declarou que diversas autoridades do Governo Trump prometeram uma medida para substituir o ACA, mas nunca progrediram com a ideia. O democrata falou um pouco sobre o “Bidencare”, um modelo de saúde que aumentaria os subsídios para ajudar mais pessoas a adquirirem planos de saúde e criaria uma opção pública comandada pelo governo.

Conheça o maior e mais relevante evento de saúde do Brasil

Fonte: Joe Biden, Time.

Sair da versão mobile