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Qualidade da alimentação está relacionada a risco de morte

Um estudo realizado com adultos nos Estados Unidos concluiu que pessoas que seguem dietas saudáveis, com pouca ingestão de gordura e baixo volume de carboidratos, têm menor risco de morte que as demais.

A pesquisa analisou dados de mais 37 mil indivíduos com idade média de 49 anos para averiguar se havia ou não associações entre diferentes tipos de dieta e mortalidade. Os dados vieram de oito ciclos da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (Nhanes) de 1999 a 2014; no período, houve 4.866 mortes, 849 delas associadas a doenças cardíacas e 1.068 a câncer.

“A dieta desempenha um papel importante na saúde pública e a abaixo do ideal é estimada como a primeira causa de morte e a terceira causa de anos de vida perdidos por incapacidade nos EUA”, escreveu o Dr. Zhilei Shan, da Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan, em reportagem publicada no portal Medical News Today.

Diante disso, constatou-se que o alto consumo de carboidratos e grãos refinados é prejudicial, enquanto frutas e grãos integrais se mostraram extremamente benéficos, reduzindo as chances de doenças cardíacas e o risco de morte.

“A gordura fornece mais que o dobro de energia que carboidratos e proteínas em peso. Um regime rico em gorduras saturadas é altamente palatável e pode levar ao consumo excessivo e à obesidade”, disse o Dr. Shan a respeito da associação das comidas.

(Fonte: Pexels)

Ainda segundo o médico, os carboidratos de baixa qualidade, como grãos refinados e açúcares, não têm valor nutricional equilibrado, e sua alta taxa glicêmica pode estar relacionada a alta glicose e demais enfermidades, como insulina pós-prandial, inflamação, resistência à insulina e dislipidemia.

De acordo com outro estudo, publicado na revista médica The Lancet, cerca de 11 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à alimentação errada, dados que ficam à frente do cigarro, que mata 8 milhões por ano. Um em cada cinco falecimentos em 2017 teve ligação direta com dieta irregular, que causou doenças cardiovasculares, cânceres e diabetes tipo 2.

Uma notícia divulgada pelo Ministério da Saúde apontou que os adolescentes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) se alimentam mal. Apenas em 2017, 55% dos jovens consumiram produtos industrializados regularmente, 42% comeram hambúrgueres ou embutidos e 43% recorreram a biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).

Como aderir a uma alimentação saudável

(Fonte: Pexels)

Uma má alimentação consiste em uma dieta baixa no consumo de frutas, vegetais, legumes, cereais integrais, nozes e sementes, leite, fibras, cálcio, ácidos graxos, ômega 3 e gorduras poli-insaturadas. Alimentos como carne vermelha em excesso, carne processada, bebidas açucaradas, gorduras trans e sódio são os grandes vilões da atualidade.

Para quem quer preservar a saúde e mudar os hábitos alimentares, vale apostar no consumo de carboidratos considerados bons, como frutas, batata-doce, feijão preto, iogurte desnatado, lentilha, aveia, pão integral, arroz integral e farinha integral.

Fontes: Medical News Today, BBC, El País, Ministério da Saúde, Jornal da USP.

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