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Em maio deste ano, o Ministério da Saúde informou, por meio de um ofício enviado para as secretarias, que reduziria a remessa de doses das vacinas bacilo Calmette-Guérin (BCG) enviadas para os Estados brasileiros.
Agora, cerca de duas semanas após o ocorrido, foi gerada uma situação de instabilidade no fornecimento do imunizante, obrigando os Estados a fazer um racionamento de vacinas.
Até maio, o Brasil tinha alcançado apenas 41,3% da cobertura esperada para a BCG, de acordo com o departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus).
O racionamento foi um pedido do próprio Ministério da Saúde e deve afetar diretamente o índice de imunização contra a tuberculose, podendo colocar em risco o combate à doença pulmonar.
Por que a redução de vacinas?
Segundo informações repassadas pelo Ministério para as secretarias dos Estados, a queda no fornecimento é consequência de dois fatores principais: disponibilidade limitada e dificuldade na aquisição do imunizante.
De acordo com uma nota oficial do Ministério da Saúde, a redução acontece por conta das dificuldades geradas na tramitação durante oprocesso de aquisição das doses.
Esse trajeto consiste na compra das vacinas, tratados alfandegários, aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o processo de controle de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade da Fundação Oswaldo Cruz.
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A queda no número de doses é bastante considerável. Antes, o Ministério da Saúde entregava cerca de 1,2 milhão de doses da BCG. Após a diminuição, estima-se que a entrega mensal seja de cerca de apenas 500 mil doses.
A expectativa é de que a entrega de vacinas reduzidas de BCG se estenda ainda por mais 7 meses, quando os processos de trâmites devem estar resolvidos. Até lá, os Estados devem fazer um racionamento das doses, buscando evitar ficar sem imunizantes BCG.
Importância da BCG
O imunizante é um dos primeiros a ser administrado em bebês recém-nascidos, e isso deve ser feito o quanto antes. O limite de idade para tomar a vacina é de 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade.
Ela não previne 100% que a pessoa contraia tuberculose, mas garante a defesa contra versões graves da doença pulmonar. Além disso, funciona para a prevenção da meningite tuberculosa, a tuberculose miliar e a lepra. Assim, com a queda de imunização pela BCG, cria-se um risco de aumento de casos graves da enfermidade.
Por ser decisivo na defesa contra doenças sérias, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem como meta a vacinação de 90% do público-alvo da BCG. Em 2020 e 2021, a meta não foi batida, com um índice de 74,7% e 68,6%, respectivamente. Em 2022, até o final do mês de maio, foi registrado apenas 41,3% de imunização do público-alvo.
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Fonte: Metrópoles