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A China tem 10 milhões de ingredientes ativos farmacêuticos (IFAs) prontos para embarcar ao Brasil para a fabricação de vacina contra a covid-19. Tanto a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, quanto o imunizante da Oxford/AstraZecena, fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), recebem o insumo de laboratórios chineses.
Entretanto, a demora na liberação dos lotes poderá gerar atraso no cronograma de vacinação da Coronavac, alertou o diretor do Butantan, Dimas Covas, durante coletiva no Ministério da Saúde. O instituto espera a chegada de um lote de 4 milhões de litros do insumo até o dia 18 de maio.
Entretanto, a Fiocruz garantiu a produção do seu imunizante até o início de junho, mas ainda “aguarda informações da AstraZeneca para confirmar a data de chegada da próxima remessa de IFA”. A instituição se prepara para começar a fabricação nacional do insumo e reduzir a dependência das importações.
Liberação demorada do IFA
Declarações contrárias por parte do governo brasileiro à China podem ser o motivo do atraso na liberação do ingrediente ao Brasil. “Todas as declarações nesse sentido têm repercussão. Nós já tivemos um grande problema no começo do ano e estamos enfrentando de novo esse problema”, disse Covas.
Em uma declaração à imprensa no último dia 6 de maio, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, chegou a emitir uma declaração contra insinuações do governo brasileiro. “Nos opomos firmemente a qualquer tentativa de politizar e estigmatizar o vírus”, ele disse.
Enquanto demora a liberação das remessas ao País, o Chile continua recebendo normalmente os insumos. “Por que não é para o Brasil? Razões de ordem diplomática e as formas desastrosas de manifestação em relação ao governo da China”, comentou o governador de São Paulo, João Doria.
IFA produzido no Brasil
O IFA da vacina de Oxford começará a ser fabricado em maio pela Fiocruz. O insumo está preparado para receber a certificação de boas práticas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Contudo, para a utilização na produção do imunizante contra a covid-19, o processo de fabricação nacional depende de um registro definitivo.
A transferência de tecnologia para a produção local está prevista no contrato entre a AstraZeneca e a Fiocruz, bem como a entrega de 100 milhões de doses do imunizante entre março e julho. Até o final de abril, foram entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI) apenas 30 milhões de doses da Oxford.
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz produziu IFA suficiente para fabricar 60 milhões de doses de imunizantes no segundo semestre, de acordo com o Ministério da Saúde. Essa produção já faz parte do segundo contrato, que prevê a entrega de 110 milhões de doses da Oxford ao PNI.
Fonte: Estadão, Agência Brasil, Estadão Summit Saúde, Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).