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Vendas de medicamentos para diabetes crescem no Brasil

Um levantamento realizado pelo aplicativo Farmácias APP revela que, no período de janeiro a setembro deste ano, foi notado, em relação ao ano passado, um aumento de 22% na comercialização de medicamentos para combater o diabetes. Somente em setembro, a taxa se elevou em 18%.

Atingindo mais de 13 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença é provocada pela ausência de insulina ou resistência à ação desse hormônio, o qual garante o aproveitamento da glicose como energia para o corpo humano. Apesar de não curarem a doença, tais substâncias auxiliam o paciente no controle dela, dependendo diretamente do tipo que o acomete.

Por exemplo, o diabetes tipo 1, comumente diagnosticado durante a infância, impede a função pancreática, fazendo com que a glicose fique no sangue em vez de ser usada como energia. O International Diabetes Federation (IDF) indica que mais de 98 mil pacientes até os 15 anos são diagnosticados todos os anos no Brasil com essa patologia.

Por outro lado, o diabetes tipo 2 aparece geralmente na fase adulta. Remédios prescritos para esse público, foi salientado no estudo do Farmácias APP, foram os que tiveram o maior crescimento, com alta de 59% em 2020 e 56% em setembro, no comparativo com os mesmos períodos de 2019. Por sua vez, testes para diabetes apresentaram evolução de vendas de 21% no ano e 28% no mês.

“Quando o paciente recebe o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 junto das medidas que orientam modificações adequadas no seu estilo de vida (educação em saúde, alimentação e atividade física), o médico em geral prescreve um agente antidiabético oral. Na indicação da medicação oral, os mecanismos de resistência à insulina, a falência progressiva da célula beta, os múltiplos transtornos metabólicos (disglicemia, dislipidemia e inflamação vascular), bem como as repercussões micro e macrovasculares que acompanham a história natural do DM2 também devem ser objetivos lembrados”, destacam as diretrizes da SBD.

Vendas de remédios para o tratamento de diabetes, assim como de testes, aumentaram em 2020, no Brasil. (Fonte: Shutterstock)

Complicações

Ainda de acordo com o levantamento do Farmácias APP, a categoria mais vendida foi a de inibidores da SGLT-2, classe de drogas que reduz a glicemia via inibição da recaptação de glicose nos rins, controlando a glicemia independente da secreção e ação da insulina, com consequente menor risco de hipoglicemia: aumento de 44% no ano e 36% no mês de setembro.

Ainda assim, quedas de 84% no ano nas vendas de medicamentos da classe glinida, que ajudam o pâncreas a produzir mais insulina (90% no mês de setembro), e de 20% da comercialização de inibidores da alfa-glicosidase, que diminuem a velocidade de absorção da glicose (39% em setembro), também foram notadas.

“Se observarmos os números recentes do Ministério da Saúde, podemos reforçar a importância de detectar precocemente o diabetes e fazer o acompanhamento adequado para se prevenir contra as complicações da doença. O SUS realizou, de janeiro a agosto deste ano, mais de 10 mil amputações de membros inferiores, em decorrência de diabetes”, alertou Talita Cordeschi, do Grupo Sabin, em comunicado da FSB comunicação.

“Isso sem falar na temida retinopatia diabética, que hoje é a principal causa de cegueira em adultos”, ela complementou.

Orientação médica é fundamental. (Fonte: Shutterstock)

Detecção e variação

A SBD ressalta a variedade de diagnósticos: “Na prática, um paciente pode comparecer à primeira consulta no início da evolução do DM2, quando predomina a resistência à insulina ou, então, com muitos anos de evolução da enfermidade, quando a principal característica é a insulinopenia. A melhor terapia dependerá muito da capacidade secretória do seu pâncreas”.

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Fonte: Farmácias APP, SBD, FSB comunicação.

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