Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Cambridge e da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, mostrou que ter um animal pode ajudar a combater o sedentarismo, principalmente nos dias mais frios do ano.
“Sabemos que os níveis de atividades físicas diminuem à medida em que envelhecemos”, analisou o Dr. Yu Tzu Wu, principal autor do estudo, em entrevista ao Medical Express. “Descobrimos que os passeadores de cães eram muito mais ativos fisicamente e passavam menos tempo sentados”, complementou.
O Reino Unido é muito conhecido por seu tempo úmido e chuvoso, dias em que os níveis de sedentarismo entre os idosos é ainda maior. Porém, as condições climáticas têm pouco impacto naqueles que já têm como hábito o passeio com seu cãozinho, enquanto os sedentários ficam ainda mais inativos quando está frio. “Esperávamos isso, mas ficamos realmente surpresos com a discrepância”, explicou o pesquisador.
Benefícios das atividades físicas
A atividade física é aconselhada em diversas etapas da vida, tendo funções diferentes em cada uma delas. Para os mais velhos, é fundamental permanecer ativo física e socialmente, e algumas vantagens dos exercícios durante essa fase são:
- ajudar a manter a independência;
- diminuir o risco de quedas e fraturas;
- reduzir a pressão arterial em pacientes hipertensos;
- reduzir a ansiedade e a depressão;
- controlar o inchaço das articulações e as dores relacionadas à artrite;
- melhorar a resistência muscular.
Terapia animal
O uso da terapia assistida por animais (TAA) tem sido ampliado principalmente em distúrbios psicológicos e físico de crianças e em problemas relacionados à demência por conta da idade avançada em adultos. O simples ato de acariciar um animal é capaz de reduzir os níveis de cortisol, o hormônio ligado ao estresse.
A convivência diária por apenas 15 minutos com terapeutas animais tem sido associada à diminuição da ansiedade, da pressão arterial, dos triglicerídeos, da taquicardia e da depressão. Ou seja, uma companhia mais frequente é capaz de ter efeitos ainda mais duradouros na saúde humana.
É importante lembrar que a TAA só é realizada com animais treinados e que não apresentam nenhum tipo de ameaça ao paciente. Por isso, são utilizados frequentemente cachorros, por serem mais adestráveis, mas qualquer animal pode se tornar um terapeuta auxiliar.
Mais evidências
A Pesquisa Nacional de Envelhecimento Saudável, divulgada pela Universidade de Michigan, em 2019, mostra outras vantagens da convivência com animais de estimação. Dos cerca de 2 mil adultos norte-americanos entrevistados, 55% tinham pelo menos um animal de estimação, principalmente cachorros e gatos.
Para 90% dos tutores, os pets ajudam a aproveitar a vida e dão a sensação de serem amados. Pouco mais de 60% disseram que os animais geram um senso de propósito, enquanto 64% se disseram mais ativos por conta dos bichinhos. As maiores dificuldades apontadas estão nos quesitos viagem e finanças.
Outro aspecto importante na saúde das pessoas idosas diz respeito à solidão. É muito comum elas se sentirem sozinhas e esquecidas, por isso a adoção de um animal de estimação pode ser tão importante. De acordo com psiquiatras do Centro Médico da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, os idosos com mais de 60 anos de idade têm 36% menos chances de relatarem solidão em comparação a quem não tem um bichinho.
O estudo foi realizado com 830 idosos em busca de sinais de depressão. O sentimento de abandono pode piorar esse quadro mental, podendo desencadear diversos problemas de saúde, inclusive levando à morte precoce. A companhia de um animal reativa os sentimentos de conexão social, aumentando significativamente o bem-estar geral das pessoas.
Fontes: Medical Express, Centers for Disease Control and Prevention, Pet Healthy Network, Time.