A gestação humana dura, em média, de 38 semanas a 42 semanas, por isso a data prevista para o parto (DPP) costuma ser estimada em 40 semanas após a fecundação; no Brasil, 12% dos bebês nascem antes das 37 semanas, configurando prematuros. Gestações gemelares (de gêmeos) costumam resultar em partos antes da hora, mas outros fatores, como infecção uterina, má formação fetal, pré-eclâmpsia, uso de drogas e álcool, podem contribuir para isso.
Ainda que a chegada de um bebê costume deixar toda a família ansiosa, o ideal é que a criança nasça apenas depois de completar o período gestacional, pois só assim ela estará apta a enfrentar o mundo fora da barriga da mãe. Por esse motivo, nascidos prematuramente dependem de cuidados especiais até estarem prontos para ganhar alta do hospital.
As necessidades de cada bebê prematuro dependem de uma série de fatores; o peso dos pequenos e a idade gestacional são os sinais que mais influenciam na escolha dos cuidados específicos que a criança irá receber logo após o parto.
Primeiros cuidados
Nem todo bebê precisa passar pela UTI neonatal; isso só ocorre quando a idade gestacional é inferior a 30 semanas ou se o recém-nascido pesa menos de dois quilos. A unidade de terapia intensiva (UTI) serve justamente para o bebê ganhar peso e terminar o desenvolvimento do sistema pulmonar fora do útero — e esse é um dos motivos para crianças nascidas antes da hora apresentarem problemas respiratórios nas primeiras semanas.
O cronograma de vacinas também é diferenciado: a BCG, contra a tuberculose, costuma ser a primeira que bebês recebem, mas, como se trata de uma vacina ativa, o ideal é esperar que o prematuro saia da UTI. Já a vacina contra a hepatite B costuma ser administrada em duas doses para garantir sua eficácia. O hospital também pode incluir suplementos de ferro e vitamina D enquanto o bebê estiver internado, para evitar anemia e problemas nos ossos.
Também é importante ter cautela com visitas, pois o prematuro nasce com o sistema imunológico comprometido. A maioria dos anticorpos é passada pela mãe nos últimos três meses de gestação, então bebês que nascem antes do tempo têm a saúde mais debilitada, e visitas podem levar contaminações para as quais o corpinho da criança ainda não está preparado.
Um dos tratamentos mais eficazes para a evolução do prematuro é o método canguru. Nele, o recém-nascido fica em contato pele com pele com a mãe ou o pai, o que os mantêm aquecidos, cria laços e ajuda a ganhar peso e desenvolver os sistemas motor e cognitivo.
Cuidados em casa
Após a alta, é necessário preparar um ambiente agradável para o desenvolvimento completo do bebê. No hospital, ele está cercado por médicos e enfermeiros, em lugares muito iluminados e cheios de aparatos tecnológicos; em casa, ele necessita de repouso e silêncio. Bebês com alguma sequela também necessitam de atenção extra por parte dos pais e responsáveis.
Na teoria, é difícil ensinar o manuseio de um aparelho de respiração portátil, por isso muitos pais de bebês que necessitam de atenção especial ficam apavorados. Mas é possível manter a calma: os médicos ensinam todos os procedimentos necessários para fornecer o maior conforto possível ao filho.
Outro detalhe é que bebês prematuros e menores costumam ter uma fome mais intensa, alimentando-se mais frequentemente do que os nascidos no período esperado. Assim, os pais precisam ficar atentos aos movimentos do recém-nascido, principalmente durante a noite. Um quarto com meia-luz e silencioso é fundamental para garantir uma boa noite de sono.
A hora do banho também necessita de alguns cuidados: a falta de gordura no corpo do bebê faz com que ele esfrie com mais facilidade, por isso deve-se evitar deixá-lo molhado por muito tempo. Nos primeiros meses, é indicado lavá-lo apenas com água e somente quando necessário, evitando banhos diários e dando preferência para lenços umedecidos no dia a dia.
Os passeios externos só são recomendados para bebês acima de 2,5 quilos e com o quadro de vacinas em dia. Ainda assim, é indicado evitar lugares com grandes aglomerações, como shoppings, festas e supermercados.
Fontes: Healthy Children, EBC.