A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou, de forma emergencial, 8 milhões de imunizantes para grupos prioritários em um primeiro lote. O número foi reforçado com a autorização adicional de 4,8 milhões de doses da Coronavac, que ainda não foram distribuídas.
No entanto, essas vacinas devem proteger apenas 6 milhões de brasileiros, considerando a utilização em dose dupla e as perdas com transporte e armazenamento. O número representa menos de 20% do previsto na primeira fase de vacinação do grupo prioritário, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde.
Até o momento, mais de 4 milhões de pessoas já foram imunizadas contra a covid-19 no Brasil, o que representa menos de 2% de toda a população. A segunda dose, que garante a imunidade contra o coronavírus, foi aplicada em aproximadamente 50 mil pessoas. A falta de doses e a lentidão têm causado disputas entre municípios e denúncias de pessoas furando a fila da vacinação.
Vacina contra o coronavírus no Brasil
O Ministério da Saúde afirma que o Brasil tem 354,9 milhões de doses de vacinas garantidas para 2021, mas com a possibilidade de incorporar a Sputinik V e a Coxavin, esse número pode chegar a 384,9 milhões até o fim do ano. Como a imunização é aplicada em dose dupla, a quantidade é suficiente para atender cerca de 85% da população brasileira.
O problema é o ritmo de produção dos imunizantes, em especial porque o País depende de insumos importados da China. Além disso, o Brasil tem enfrentado dificuldades logísticas com a distribuição e o armazenamento, sem contar a falta de insumos essenciais, como seringas e agulhas.
Grupos prioritários
Como não há vacina disponível para todos, o Plano Nacional de Imunização prevê grupos para aplicação do imunizante. No grupo prioritário, estão 77 milhões de pessoas, entre elas idosos, pessoas com deficiência e indígenas – que já estão sendo vacinados. Mas falta ainda detalhamento de outros subgrupos, motivo pelo qual o Supremo Tribunal Federal (STF) tem solicitado ao Ministério da Saúde maior clareza nas informações do plano.
Disputa por doses
A emergência da crise sanitária associada à falta de planejamento, aos desafios de comunicação, aos problemas na coleta das informações e a falhas no sistema do Ministério da Saúde tem gerado um clima de insatisfação e conflito.
Diferenças no número de doses enviadas para municípios vizinhos têm levantado questionamentos quanto aos critérios de distribuição. Na mesma cidade, profissionais de saúde e hospitais trocam acusações de favorecimento e denúncias de pessoas furando a fila da vacinação começaram a surgir.
O caso mais grave aconteceu no Amazonas: enquanto Manaus sofre com um colapso pelo crescente número de casos de covid-19, relatos de secretários municipais e jovens de famílias ricas sendo vacinados levaram a Justiça a suspender a imunização no Estado.
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Fontes: Estadão, CoronavirusBra1, BBC, Ministério da Saúde, Agência Brasil.