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Curso grátis ajuda a melhorar a comunicação com pacientes

O Brasil ultrapassou a marca de 4 milhões de casos confirmados de covid-19 e mais de 130 mil mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins. A pandemia coloca os médicos em uma situação delicada, tornando-os muitas vezes portadores de más notícias, mas nem sempre os profissionais estão preparados para lidar com essa responsabilidade.

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A comunicação é uma habilidade pouco ensinada nos cursos de Medicina, entretanto se torna imprescindível principalmente em momentos de crise. Por essa razão, o Instituto Brasileiro de Comunicação em Saúde (IBCS) vem oferecendo um curso grátis online para capacitar médicos com recomendações de práticas de comunicação nas instituições de saúde em diferentes cenários de dificuldade, como o da atual pandemia de covid-19.

Curso estendido

Uma boa comunicabilidade é fundamental quando se trata de cuidados paliativos e em momentos de grande luto. (Fonte: Shutterstock)

A primeira turma do curso Comunicando Melhor na Crise teve as inscrições encerradas em 2 de agosto, no entanto a procura foi tão alta que os organizadores resolveram deixar as aulas disponíveis para visualização até 30 de novembro. O curso é gratuito e direcionado para profissionais e estudantes da área, além de gestores de instituições de saúde.

O conteúdo é composto por seis aulas com especialistas de diferentes classes do setor, somando seis horas, além de um webinar que teve transmissão ao vivo. O principal objetivo é orientar os profissionais de saúde sobre como melhorar a comunicação em cenários adversos com pacientes, familiares e entre colegas de trabalho.

Aulas

A primeira aula trabalha a comunicação interpessoal dos profissionais. Com o título “Comunicar é importante, mesmo à distância”, é ministrada por Maria Júlia Paes da Silva, professora titular aposentada da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE/USP).

Sarah Ananda Gomes, presidente da Sociedade de Tanatologia e Cuidados Paliativos de Minas Gerais (Sotamig) e vice-presidente e coordenadora do serviço de Cuidados Paliativos do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte (MG), é responsável pelo segundo encontro, que tem como tema “Cenários hospitalares e tomadas de decisão”.

O encontro “Lidando com a morte e as perdas na pandemia” é liderado por Millena Câmara, especialista em Psicologia do Luto, Psicologia Hospitalar e Terapia Familiar. A profissional é membro do International Working Group on Death, Dying and Bereavement (IWG) e fundadora do Núcleo Apego e Perdas.

Walmir Cedotti, psicanalista clínico, responsável por desenvolver líderes e equipes no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, desenvolve o treinamento “Cuidando da equipe e identificando sinais de sofrimento”.

O curso também se preocupa com atendimento de telemedicina com a aula “Visitas virtuais: organizando protocolos institucionais”. O conteúdo é ministrado por Douglas Crispim, médico geriatra e paliativista, doutor em Cuidados Paliativos e fundador e líder do IBCS.

No último encontro, Alexandre Silva, enfermeiro, professor da Universidade Federal de São João del-Rei, mestre e doutor em Cuidados Paliativos aborda a “Compaixão em tempos de pandemia”.

Materiais complementares

Todos os profissionais que ministram aulas no curso participaram de um webinar ao vivo com cerca de duas horas. Além disso, no site do IBCS estão disponíveis textos relativos aos temas trabalhados nos encontros.

Importância da abordagem de comunicação na crise

Equipamentos de proteção mudaram a comunicação entre médicos e pacientes e entre a própria equipe de saúde. (Fonte: Shutterstock)

Durante o webinar realizado pelo curso, Câmara lembrou que os profissionais enlutados continuam cuidando das pessoas. “Nós estamos olhando para aqueles que estão morrendo e também estamos perdemos pessoas nossas”, afirmou. “Luto é um processo, e o sofrimento é multidimensional”, completou a fundadora do Núcleo Apego e Perdas.

A linguagem não verbal é importante e pode diminuir o sentimento de solidão de profissionais, pacientes e familiares, argumentou Cedotti. “A comunicação fica muito abatida em razão dos ruídos que impedem o fluir da mensagem”, explicou o psicanalista clínico.

Silva reforçou que é preciso avançar para além da comunicação entre profissionais e familiares e entre profissionais e pacientes. “É muito interessante pensar na comunicação da equipe”, disse. O medo e os equipamentos de proteção individual deixaram as relações mais horizontais e aproximaram os profissionais, reduzindo os protocolos de hierarquia.

As matrículas para o curso podem ser realizadas no site do Instituto Brasileiro de Comunicação em Saúde.

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Fontes: Universidade Johns Hopkins, Medicina SA, Instituto Brasileiro de Comunicação em Saúde (IBCS)

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