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Epilepsia: o que pode causar uma crise e como agir nela?

A epilepsia afeta cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil e mais de 60 milhões de indivíduos em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Conhecida há mais de 2 mil anos, a condição se caracteriza por crises recorrentes.

Ao contrário do que se imaginava séculos atrás, a enfermidade não tem relação com possessões demoníacas, e sim com alterações temporárias no funcionamento cerebral. Essas mudanças são fruto de lesões, pancadas, meningite, neurocisticercose, tumores, acidente vascular cerebral (AVC), entre outras causas.

As alterações no cérebro levam a descargas cerebrais anormais, fazendo o órgão emitir sinais inadequados. Assim, acontece a crise epilética, que pode ser desencadeada por fatores como estresse, níveis baixos de açúcar no sangue (hipoglicemia) e nível de sódio reduzido no sangue, além de febre alta, principalmente em crianças.

Descargas cerebrais anormais são as causadoras de crises epilépticas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Os ataques de epilepsia se manifestam de diferentes formas, dependendo da área do cérebro acometida pelas descargas em excesso. Manifestações motoras em todo o corpo (crise generalizada) ou em partes dele (crise focal, auditiva, visual, olfatória, autonômica e psíquica) são algumas delas.

Identificando uma crise epiléptica

As crises de epilepsia podem ser confundidas com outros distúrbios que apresentam sinais clínicos semelhantes, como desmaios causados por alterações psiquiátricas. Por isso, é importante saber diferenciar as condições, para oferecer a ajuda adequada ao se deparar com alguém passando por um ataque epilético.

As crises duram de segundos a alguns minutos, com a pessoa podendo cair no chão e apresentar contrações musculares em todo o corpo ou em apenas uma área dele. Rigidez, tremores, membros contraídos, salivação excessiva, mordedura da língua, incontinência urinária ou fecal e movimentos desordenados são alguns dos sintomas da epilepsia.

É importante tomar alguns cuidados durante as crises para evitar acidentes. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Também há a possibilidade de ocorrer movimentos automáticos involuntários, perda de consciência e desligamento, quando a pessoa tem o olhar fixo e perde contato com o meio. Após a crise, o paciente pode apresentar déficit de memória e sensação de confusão.

O diagnóstico deve ser feito por neurologistas com base nos sintomas e em exames como eletroencefalograma, ressonância magnética e tomografia computadorizada. O tratamento consiste na administração de medicamentos, mas a intervenção cirúrgica pode acontecer em quadros mais graves.

O que fazer durante um ataque de epilepsia

Mesmo sendo um costume muito comum, colocar objetos ou a mão na boca de alguém durante um ataque epilético deve ser evitado. As recomendações são deitar a pessoa, com o apoio de um travesseiro, afrouxar as roupas e não restringir os movimentos.

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Outra indicação é deitar o paciente com a cabeça para o lado quando os movimentos cessarem, para evitar que ele aspire saliva e secreções. Se a crise durar mais de cinco minutos ou a pessoa não recuperar completamente a consciência, é necessário buscar ajuda médica o mais rápido possível, pois há risco de as funções cerebrais serem afetadas.

Fonte: Hospital Sírio-Libanês, Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde do Distrito Federal

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