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A fascite plantar é o nome dado à inflamação da fáscia plantar. A doença gera desconforto à região do calcanhar, esse quadro acomete uma em cada dez pessoas ao longo da vida. De acordo com um estudo científico publicado na revista Brazilian Journals, a fascite plantar corresponde de 11% a 15% de todas as lesões no pé.
A doença foi descrita pela primeira vez em 1812, e acomete tanto homens quanto mulheres, sendo mais comum em atletas praticantes de corrida.
A fascite plantar é causada por uma tensão crônica de uma estrutura chamada fibroaponeurótica, que causa a inflamação e a dor. A estimativa é de que, anualmente, um milhão de pacientes procurem tratamento para essa patologia.
Sintomas
Segundo a Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), a inflamação pode causar desconfortos caracterizados por ardência, fisgada e queimação na sola do pé.
Logo ao se levantar pela manhã, ou após permanecer longos períodos sentado, a dor pode ser mais intensa. Quando a dor se torna mais forte, o paciente não consegue apoiar o peso do corpo sobre o calcanhar afetado. Além disso, pode ocorrer inchaço leve no local e manchas avermelhadas, chamados eritremas. Os sintomas podem durar algumas semanas ou até mesmo anos.
Causas
As causas da fascite plantar são diversas, a inflamação ocorre por lesão ou trauma, pelo encurtamento da fáscia, por impacto repetitivo, infecções bacterianas ou pela diminuição da gordura plantar. Os fatores que colaboram para o início e desenvolvimentos da inflamação incluem:
- uso de sapatos inadequados;
- falta de orientação adequada para atletas profissionais ou amadores;
- muitas horas de trabalho em pé;
- pessoas que tem pé cavo ou plano;
- envelhecimento natural do indivíduo;
- obesidade.
Ainda, existem doenças vasculares e neuromusculares que podem ocasionar a inflamação da fáscia plantar, elas podem ser adquiridas ao longo da vida ou congênitas. Alguns exemplos são: Doença de Charcot-Marie-Tooth, paralisia cerebral, diabetes, insuficiência arterial, acidente vascular cerebral, doença degenerativa do sistema nervoso central, entre outras.
Diagnóstico
Para realizar o diagnóstico é necessária a realização de exame físico. A fáscia plantar deve ser palpada para verificar o local da dor e também se existem nódulos. Também é importante o exame das articulações do tornozelo para verificar se existe comprometimento da mobilidade. Em alguns casos pode ser realizado exame neurológico.
A radiografia e a cintilografia podem ser utilizadas para verificação do estado biomecânico do pé e tornozelo, além de possíveis fraturas e a detecção de esporão ou calcificação no local.
Tratamento
Em um artigo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia, o autor Ricardo Ferreira, aponta que o tratamento conservador tem alta taxa de sucesso, alcançando 90% de cura total. Esse tratamento envolve majoritariamente exercícios de alongamento da fáscia plantar.
Além disso, em alguns casos, podem ser indicados anti-inflamatórios, exercícios de fortalecimento, infiltrações, ondas de choque e a utilização de calçados adequados.
Durante a realização do tratamento, é recomendado que a atividade física seja diminuída, ou até mesmo pausada. O sucesso da intervenção pode ser menor se o paciente trabalha durante longos períodos em pé. Em raros casos, pode ocorrer intervenção cirúrgica. Entretanto, ela só é realizada quando os sintomas não apresentam melhora após seis meses de tratamento conservador.
Fonte: Tua Saúde, RBO, COT, ABT PE, Orto Clini, Brazilian Journals.