Ícone do site Summit Saúde Estadão

H3N2: o que é e quais são os sintomas?

Portrait of sick little boy aged 8 lying in bed. Nikon D850

Identificado na Austrália em 2021, o vírus H3N2 é um subtipo do Influenza A, um dos principais agentes causadores da gripe. Também denominado Darwin, pode ser transmitido para pessoas de todas as idades, mas acomete especialmente crianças e idosos, gestantes e pessoas com comorbidades, podendo evoluir para condições mais graves. 

No Brasil, foi encontrado primeiramente em amostras do Rio de Janeiro, conforme análise do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

São três os tipos de vírus Influenza, classificados como A, B e C; de acordo com o Ministério da Saúde, os dois primeiros são os que mais acarretam epidemias sazonais. Os subtipos mais frequentes do A são o H1N1 e o H3N2. Do B, as linhagens são Victoria e Yamagata. As denominações seguem o padrão de combinação e quantidade de proteínas. No caso do H3N2, há a ligação de três moléculas de hemaglutinina e duas de neuraminidase.

A transmissão do H3N2 é semelhante à dos demais tipos e acontece por meio de tosse e espirro, quando gotículas são lançadas no ar, ou contato com uma pessoa que esteja com o vírus, principalmente por saliva e secreção nasal, além de objetos, como garfos, colheres, xícaras ou copos. Os sinais surgem de três a cinco dias após o contágio.

As crianças acometidas transmitem por um período de até 14 dias e os adultos, por até sete dias, mesmo aqueles assintomáticos.

Como o vírus se manifesta?

Os sintomas, que começam de repente, de forma aguda, são mais intensos nas primeiras 48 horas e similares aos dos tipos frequentes de gripe: febre, cansaço, dores no corpo, na cabeça, na garganta e nas articulações, coriza, espirros, fraqueza e falta de apetite. Entretanto, o vírus H3N2 também pode provocar náuseas, vômito e diarreia, manifestações mais comuns em crianças.

Febre, cansaço e dores no corpo estão entre os sintomas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O tratamento pode variar conforme o modo de manifestação da doença, mas é importante repousar, hidratar-se e alimentar-se bem, priorizando escolhas ricas em nutrientes. Medicamentos analgésicos, antipiréticos ou anti-inflamatórios podem ser utilizados, desde que haja indicação médica, após a confirmação do diagnóstico.

Em geral, o paciente apresenta melhora gradativa em cerca de sete a dez dias após o início dos sintomas. Na ocorrência de um período superior, com maior intensidade, deve-se redobrar a atenção, pois a doença pode evoluir para um quadro mais grave, como pneumonia, exigindo hospitalização.

É possível prevenir?

Fortalecer o sistema imunológico, por meio da prática de atividades físicas regulares e alimentação equilibrada, está entre as medidas preventivas da gripe. Outros cuidados também têm papel relevante, como manter as mãos sempre higienizadas, evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas e não compartilhar objetos pessoais, como talheres e similares.

As autoridades da Saúde também têm reforçado a importância da vacinação. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lembra que a vacina da gripe Influenza, que, em 2023, protege contra a cepa H3N2, seja trivalente ou quadrivalente, é indicada para todos, a partir dos 6 meses de vida. Só existe contraindicação, segundo a entidade, para aqueles com alergia grave a algum componente ou dose anterior.

Vacina é uma das formas de prevenir a doença. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O imunizante trivalente, que contém duas cepas de vírus A e uma do B, é disponibilizado pela rede pública de saúde, para grupos prioritários. O quadrivalente, composto de duas cepas de vírus A e duas do B, pode ser encontrado em estabelecimentos particulares de vacinação. A partir dos 9 anos de idade, é aplicada uma única dose. Para a faixa entre 6 meses e 8 anos, são duas doses na primeira imunização e, a partir da segunda, somente uma.

Leia também: 

O público da campanha deste ano, conforme o Ministério da Saúde, é de mais de 81 milhões de pessoas. O objetivo é atingir uma cobertura de ao menos 90% em cada grupo elegível. Um levantamento da pasta aponta que, em 2022, nas unidades de saúde sentinelas de síndrome gripal distribuídas pelo País, cujo objetivo é mapear os vírus Influenza circulantes, das 53.016 amostras de casos, 41,8% foram positivas para vírus respiratórios. Destas, 12,5% para Influenza, das quais a maioria por H3N2, o equivalente a 67,6%.

Sair da versão mobile