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Imunoterapia aumenta eficácia de tratamento de câncer de pulmão

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Uma pesquisa realizada pelo médico William Nassib William Júnior, d’A Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), com pesquisadores da Universidade do Texas em Austin (EUA), mostrou que a combinação de nivolumabe e ipilimumabe, duas drogas que estimulam o sistema imune, foi capaz de destruir células cancerígenas antes de cirurgias em pacientes com câncer de pulmão.

Medicamentos estimulam sistema imunológico e beneficiam a saúde do paciente. (Fonte: Freepik)

O estudo indica que o uso dos medicamentos em pacientes em estágios mais precoces do câncer de pulmão, quando ainda é possível realizar a cirurgia de remoção do tumor, estimula uma resposta imunológica que beneficia o tratamento. Com isso, os pesquisadores acreditam que será possível utilizar a terapia para garantir menor risco de a doença voltar no futuro — para evidenciar isso, os pacientes precisam ser acompanhados nos próximos anos, após o procedimento cirúrgico ser realizado.

O médico responsável pela pesquisa afirma que esse é um importante passo para o tratamento de câncer de pulmão, pois, além de ser um novo tipo de procedimento, os resultados mostram que a combinação das duas substâncias pode ser usada para aumentar as taxas de cura da doença.

“Durante muito tempo essas medicações eram utilizadas em pacientes com estágio avançado da doença para oferecer um aumento de sobrevida de forma limitada. Agora, estamos desenvolvendo estudos usando essas drogas em estágios mais precoces, antes da cirurgia, quando existe a chance de erradicação do câncer de pulmão”, afirma William Júnior no site oficial da BP.

Os cientistas também descobriram que a eficácia da terapia está associada à presença de algumas bactérias encontradas no intestino dos pacientes por meio de análise microbiana. Isso significa que os hábitos dos enfermos e a própria natureza interferem no tratamento e estão relacionados com o sucesso do novo procedimento.

Combinação de medicamentos e quimioterapia ainda está sendo testada. (Fonte: Pexels)

Método de pesquisa

A pesquisa avaliou 44 participantes divididos em dois grupos: um deles recebeu apenas nivolumabe e outro fez uso da combinação dessa droga com ipilimumabe. Os pacientes têm em média 66 anos e 64% são homens, sendo que a maioria tem histórico de tabagismo, com 23% de fumantes e 59% de ex-fumantes. As medicações foram utilizadas durante seis semanas antes do procedimento cirúrgico. 

A importância do diagnóstico em fase inicial

OMS recomenda que fumantes e ex-fumantes façam exames de imagem com frequência. (Fonte: Freepik)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer é uma das principais causas de morte no mundo, sendo o de pulmão um dos mais comuns. De acordo com dados de setembro de 2018, 22% dos casos estão relacionados com o tabagismo, por isso é muito importante que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível, quando o paciente ainda está em estágio inicial da doença e as chances de cura são maiores. A BP recomenda que fumantes e ex-fumantes realizem exames clínicos todos os anos, por precaução.

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Fontes: Beneficência Portuguesa de São Paulo, Nature Medicine, OMS.

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