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Buscar uma vida com menos estresse está entre as recomendações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) para o controle da pressão arterial. Mas qual é a relação entre ambos e por que ela pode ser perigosa?
Um dos males da sociedade contemporânea perante os desafios e as tensões do dia a dia (por exemplo relativos a questões financeiras, profissionais ou de relações interpessoais) é o estresse, que nada mais é do que a reação natural do corpo a situações de ameaça — como medo, raiva ou susto.
Essa resposta do organismo, que é um mecanismo de proteção para deixá-lo em alerta, provoca um aumento da produção de adrenalina e cortisol pelas glândulas suprarrenais, acelerando, consequentemente, os batimentos cardíacos e a respiração. Os músculos também se contraem, os vasos sanguíneos são comprimidos e a pressão aumenta.
Tais hormônios ajudam em funções importantes, como na redução de inflamações e no funcionamento do sistema imunológico, como é o caso do cortisol. Então, as mudanças hormonais causadas pelo estresse em pequenas doses não são prejudiciais, porque o corpo saudável volta em seguida ao estado normal.
No entanto, se essas substâncias forem liberadas em níveis excessivos, os efeitos podem ser adversos; portanto, o problema está no estímulo permanente à produção desses hormônios, ou seja, na sobrecarga.
Então, o estresse durante longos períodos passa a ser um fator de risco, impactando diretamente a pressão arterial, podendo causar a hipertensão. Esta é uma condição silenciosa, por isso é importante a atenção aos primeiros sinais de que o estresse se tornou crônico.
Se isso acontecer, o quadro pode evoluir e afetar vários órgãos, provocando doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), além de falência renal e até demência.
Como funciona a pressão arterial?
A pressão arterial reflete a tensão gerada na parede das artérias durante o movimento do coração para levar o sangue aos demais órgãos do corpo.
Em 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou novas diretrizes quanto aos valores de referência para a detecção da hipertensão arterial pela monitorização domiciliar, que é o acompanhamento feito por pacientes na própria residência.
A pressão é considerada normal quando aponta 120/80 mmHg, chamada popularmente de “12 por 8”. Ela é medida em milímetros de mercúrio, sendo o primeiro número relativo à pressão denominada sistólica ou máxima, referente ao movimento de contração do coração; e o segundo quando o coração relaxa, que é a pressão diastólica.
Se a pressão estiver igual ou maior 130/80 mmHg, ou “13 por 8”, já indica um estado de hipertensão.
O Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2021, do Ministério da Saúde, apontou que 26,3% dos adultos com 18 anos ou mais no País referiram o diagnóstico médico de hipertensão arterial.
Quais são os sintomas da pressão alta emocional e como prevenir?
Os sintomas da pressão alta emocional incluem dor de estômago, suor frio ou excessivo, cansaço, dor de cabeça, falta de ar, insônia, tontura, entre outros. São manifestações que não devem ser ignoradas, pois servem de alerta. Medir a pressão regularmente de forma preventiva e consultas de rotina são atitudes que podem evitar que o quadro se agrave.
É fundamental, ainda, que se faça uma análise do estilo de vida e da forma como se lida com emoções e situações do cotidiano, buscando desacelerar para enfrentar as preocupações e o nervosismo com mais tranquilidade, respeitando seus limites.
Meditação, pausas quando for necessário, uso de técnicas de relaxamento e de respiração para reduzir a ansiedade, reserva de tempo para lazer e descanso, terapia (se não for possível controlar sozinho o estresse) e ajuda médica são ações a serem tomadas.
Prática regular de atividade física, alimentação saudável (com pouco sal, rica em verduras, legumes e frutas), consumo de álcool com moderação, controle do peso e não fumar são outras medidas de grande auxílio para que a pressão se mantenha em níveis satisfatórios.
A hipertensão, conforme a SBC, tem os fatores de risco não modificáveis, como a predisposição genética e o envelhecimento, e os modificáveis, que podem ser mudados por meio de hábitos saudáveis de vida, a exemplo dos citados.
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Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Ministério da Saúde, Mundo Boa Forma, Omron.