O conceito de saúde suplementar surgiu no Brasil na década de 1960, influenciado pelo crescimento econômico e pelo avanço do trabalho formal da época. Compreendia as atividades e operações de planos ou seguros de saúde que começaram a ser oferecidos por empresas aos colaboradores.
Essas atividades são regulamentadas por órgãos públicos, como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de seguradoras, cooperativas e instituições filantrópicas. Apesar de a saúde suplementar ser reconhecida e regulamentada há tanto tempo, ainda encontra dificuldades em seu caminho.
Confira quatro desafios encontrados por planos e seguros de saúde no Brasil.
1. Regulação dos preços
Os preços dos serviços prestados na área da saúde crescem com alguma frequência e nem sempre as operadoras de planos de saúde conseguem um preço decente com bom atendimento. Regular tanto os preços quanto a qualidade dos serviços atrelados a eles é uma das maiores dificuldades dessa indústria.
Uma das propostas que estão sendo consideradas é adequar os preços de acordo com as necessidades demográficas. Assim, mesmo um associado da terceira idade poderia continuar pagando o valor normal do plano de saúde sem os custos que o envelhecimento costuma adicionar aos serviços.
Mas essas não são as únicas mudanças estudadas quando se fala em pagamentos: os direitos e os deveres de operadoras e fornecedores de serviço também podem ser balanceados em busca de contratos mais justos. Existe a proposta de que, por exemplo, as prestadoras assumam os riscos atuariais do contrato e os médicos assumam os riscos assistenciais. Há também a indicação geral de que as operadoras invistam mais em qualidade em vez de priorizar a quantidade de atendimentos.
2. Controle e monitoramento de fraudes
Grande parte dos custos na área da saúde suplementar no Brasil é causada por fraudes. No momento, o sistema tem se mostrado muito complacente com essas práticas, o que aumenta os riscos para operadoras e beneficiários. É preciso tratar os casos de fraude com mais seriedade, prestando atenção aos detalhes, e gerar contratos que evitem essas ocorrências da melhor forma possível.
3. Investimento em tecnologia
A tecnologia pode trazer benefícios fundamentais para todo tipo de consulta na área da saúde, mas muitas operadoras e fornecedores de serviços ainda evitam adicioná-la à saúde suplementar porque encareceria os custos. Nesse caso, há a necessidade de analisar e planejar esses investimentos, encontrando bom custo-benefício e privilegiando o bem-estar dos beneficiários do plano de saúde.
4. Atenção Primária à Saúde (APS)
No sistema de saúde atual, o que se faz, majoritariamente, é curar doenças que já se instalaram. O ideal, no entanto, seria que a saúde dos pacientes fosse acompanhada com frequência, para evitar problemas que possam se transformar em doenças no futuro.
De acordo com a ANS, estima-se que a atenção primária resolva de 80% a 85% dos problemas de saúde da população. Um investimento sério e dedicado a essas questões pode fazer muita diferença tanto para as operadoras de planos de saúde quanto para seus clientes.
Fontes: ANS, IPCOM.