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A vacina desenvolvida pela Novavax demonstrou 90,4% de eficácia geral contra a covid-19 nos testes da fase três realizados nos Estados Unidos e no México. Os resultados foram divulgados pela farmacêutica norte-americana nesta segunda-feira (14), mas ainda não foram divulgados em nenhuma revista científica.
O estudo, que contou com 29.960 voluntários, demonstrou 100% de eficácia contra as formas moderadas e graves da doença causadas pelo novo coronavírus, de acordo com a empresa. Já com relação às variantes a proteção foi de 93,2%.
No relatório, também informam ter alcançado sucesso entre as “populações de alto risco”, com a eficácia chegando a 91% nesses casos. O grupo incluiu idosos com idade acima de 65 anos e as pessoas com comorbidades ou exposição frequente ao vírus causador da covid-19.
Denominada NVX-CoV2373, a vacina da Novavax conta com duas doses, aplicadas em um intervalo de duas semanas. Com os dados do ensaio clínico, o laboratório deve solicitar autorização para uso emergencial da fórmula nos Estados Unidos e em mais países até o terceiro trimestre deste ano.
Dados do estudo
No ensaio clínico liderado pela farmacêutica sediada no estado de Maryland, um participante era tratado com placebo a cada dois que recebiam a vacina. No total, foram registrados 77 casos de infecção pelo novo coronavírus, dos quais 14 faziam parte do grupo dos vacinados e 63 estavam entre os que receberam a substância inativa.
A empresa revelou que todos os casos no grupo tratado com a NVX-CoV2373 foram leves, sem causar maiores preocupações. Já nas ocorrências entre os voluntários que receberam o placebo, foram relatados quatro casos graves e dez considerados moderados, resultando em uma eficácia de 100% contra tais condições.
Quanto aos grupos de alto risco que participaram dos testes, a pesquisa terminou com 62 casos de covid-19 registrados entre os tratados com placebo e 13 no grupo das pessoas imunizadas. No entanto, o laboratório não detalhou a quantidade de casos ocorridos em cada uma das populações integrantes dessa categoria.
Outro dado divulgado pela Novavax é que a variante Alfa (B.1.1.7), identificada pela primeira vez no Reino Unido, tornou-se a dominante no território norte-americano durante o ensaio. No sequenciamento genético dos casos registrados, também foram encontradas as mutações Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta (Índia).
Proteínas recombinantes
A tecnologia usada na produção da vacina NVX-CoV2373, que deve ser armazenada em temperaturas entre 2 °C e -8 °C, é diferente da encontrada nos imunizantes desenvolvidos pela Pfizer e Moderna. Enquanto essas fabricantes utilizam a técnica de RNA, a Novavax aposta no método das proteínas recombinantes.
Nessa tecnologia, versões sintéticas da proteína S do novo coronavírus são utilizadas para estimular uma resposta imunológica do organismo. Conforme a farmacêutica, a “vacina recombinante” foi bem tolerada pelos voluntários, apresentando os efeitos colaterais de dores de cabeça e musculares, em geral leves.
Apesar de ainda não ter fechado nenhum acordo com os governos, a Novavax afirmou ter capacidade para produzir 100 milhões de doses mensais até o final do terceiro trimestre deste ano, passando para 150 milhões na sequência.
Fonte: Novavax, The Guardian, National Institutes of Health.