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Biópsia líquida detecta alterações em diferentes tipos de câncer

hands of a doctor taking samples of blood tubes for analysis / lab technician drawing blood samples using a tube holder in the clinical laboratory

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Estudos conduzidos por pesquisadores do laboratório Personal Diagnósticos de Precisão e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trouxeram uma descoberta importante em relação à biópsia líquida. Eles concluíram que a técnica pode identificar alterações genéticas causadas por diferentes tipos de tumor sólido avançado.

A análise de DNA tumoral no sangue periférico, como o método também é conhecido, tem sido amplamente utilizada para detectar alterações relacionadas ao câncer de pulmão. Mas agora a descoberta também poderá auxiliar médicos e profissionais de saúde na identificação de outras variações da doença.

Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisa usou as plataformas PCR digital em gotas (dd-PCR) e sequenciamento de nova geração (NGS) com tecnologia de captura híbrida. Eles avaliaram a capacidade de identificação de rastros de tumores em amostras de sangue dos participantes nos dois sistemas.

Os pesquisadores analisaram o DNA apenas do tumor. (Fonte: Shutterstock/CI Photos/Reprodução)

Em ambos os casos, foi feita a análise somática considerando apenas o DNA do tumor. Os resultados, que serão publicados pela American Association for Cancer Research (AACR), mostraram taxas de sucesso nas duas técnicas de biópsia líquida, de acordo com o oncologista André Márcio Murad, um dos líderes da pesquisa.

A importância dos estudos

No estudo com o dd-PCR Digital, foram analisados dez genes de 108 pacientes com tumores de intestino, mama, estômago, melanoma e estroma gastrointestinal. Os pesquisadores foram capazes de identificar variações genéticas com tratamentos disponíveis em 35% dos participantes ao utilizar a técnica.

Já na análise envolvendo a NGS, que pode ler até 74 genes com o painel Guardant360, a taxa de sucesso foi ainda maior, de 64% após a avaliação do sangue de 45 voluntários. 

Os dados obtidos permitem que oncologistas solicitem a realização de biópsias líquidas com uma maior segurança, o que pode aumentar as chances de sobrevida de pacientes com câncer.

A tecnologia pode aumentar a sobrevida de pacientes com câncer. (Fonte: Shutterstock/Rido/Reprodução)

O que é e como funciona a biópsia líquida?

A técnica utilizada como base para as pesquisas possibilita detectar biomarcadores moleculares sem realizar cirurgias ou biópsias convencionais. Com ela, os médicos conseguem averiguar detalhes de um tumor ou uma doença extraindo uma pequena amostra de sangue do paciente.

Usando esse material — de 20 a 30 mililitros de sangue — os especialistas extraem até 10 nanogramas de DNA e RNA tumorais circulantes no sangue periférico para avaliar o paciente. Isso evita procedimentos para a retirada de tecidos, eliminando a possibilidade de lesões, contaminação, infecções e hemorragias. 

Outra vantagem é o aproveitamento de um “retrato atual do tumor”, diferente da biópsia tecidual. Dessa forma, as informações irão ajudar os profissionais a definir estratégias personalizadas para cada doente, além de minimizar riscos. 

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Fonte: Medicina S/A, FEMAMA.

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