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Células T são elementos-chave na luta contra o câncer, diz estudo

Um estudo realizado por Jing Hong Wang, membro do Centro de Câncer da Universidade do Colorado, e Rachel Woolaver, do Programa de Imunologia da mesma instituição, pode auxiliar pesquisadores a desenvolverem imunoterapias mais eficazes e personalizadas para portadores de câncer.

Ao analisarem por que o sistema imunológico de alguns camundongos rejeita tumores facilmente e o de outros não, os cientistas descobriram que tal fato depende dos tipos de células conhecidas como T CD8, específicas do hospedeiro, e de como eles combinam com neoantígenos presentes na anomalia. Os resultados foram publicados no Journal for ImmunoTherapy of Cancer.

“Isso é particularmente interessante porque a área de tratamento de câncer tem se voltado realmente à imunoterapia, por meio da qual são administradas drogas capazes de reativar sistemas imunes e de matar tumores por conta própria”, conta Woolaver, sugerindo, também, que um dos objetivos do trabalho é reduzir a agressividade de abordagens que se valham de quimioterapia e radiação, que destroem outras células além das cancerígenas.

Sistema imunológico depende de especificidade de células T para combater o câncer, revela pesquisa. (Fonte: Shutterstock)

Especificidade inesperada

Primeiramente, Wang e Woolaver, junto a outros pesquisadores do Campus Médico Anschutz, transplantaram carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço em camundongos geneticamente idênticos, esperando que as respostas ao câncer fossem as mesmas. 

Entretanto, 25% dos animais rejeitaram espontaneamente o tumor. A partir dessa constatação, a equipe começou a acompanhar mais de perto a situação e, então, descobriu a relação das células T CD8 com a doença.

De acordo com os responsáveis pelo estudo, recombinações aleatórias de DNA geraram células específicas em cada exemplar. Considerando que conjuntos de proteínas mutantes conhecidas como neoantígenos, presentes no câncer, interagem com elas, o nível de eficiência de proteção do organismo, proporcionado pelas “combatentes”, também se difere entre cada hospedeiro.

“Cada uma de suas células T tem um receptor diferente, e cada célula T será específica para um neoantígeno. Se você tem células T que são específicas para todos eles ou para a maioria deles, você será capaz de se livrar do tumor e de ter uma boa resposta imunológica antitumoral”, explica Rachel, que ressalta, também, que os camundongos mais resistentes tinham receptores bem diversos daqueles que desenvolveram a condição.

Diferentes sistemas resultaram em respostas diferentes. (Fonte: Shutterstock)

Desvendando cenários

Esse foi só o primeiro passo de projetos mais ousados. Agora, a equipe planeja estudar como ativar as respostas de uma ampla gama de células T em pacientes, possibilitando, assim, mais chances de sucesso na luta contra cânceres, uma tarefa nada simples devido à variedade existente. Além disso, desenvolver novos tipos de terapias está nos horizontes dos pesquisadores.

Wang, por fim, faz uma reflexão sobre o quanto avanços na área podem fazer a diferença na vida daqueles que manifestam a doença: “Não acho que se saiba bem quais diferenças no sistema imunológico podem ter um impacto. A maioria das pessoas apenas se concentra em ‘por que todas as células T não estão ativadas’ ou ‘as células T estão exauridas’ ou algo assim.”

“Entretanto, talvez um paciente não tenha as células T certas desde o início. Se não tiver as células T certas que podem reconhecer os neoantígenos, como elas podem ter uma resposta imune antitumoral eficaz?”, questiona.

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Fonte: Science Dailly.

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