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China autoriza 1ª vacina contra covid-19 por inalação

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A National Medical Products Administration (NMPA), da China, autorizou a primeira vacina contra a covid-19 por inalação no mundo, para ser usada como dose de reforço. O anúncio foi feito pela empresa biofarmacêutica CanSino Biologics Inc., que desenvolveu o imunizante. De acordo com o comunicado, a Convidecia Air, como é denominada, utiliza a mesma plataforma tecnológica de vetor de adenovírus da versão intramuscular, a Convidecia.

A empresa informou que um nebulizador transforma o líquido em aerossol para a inalação e pode, após apenas uma aspirada pela boca, proporcionar proteção imunológica abrangente contra o Sars-CoV-2.

A dosagem é equivalente a um quinto da quantidade usada na vacina intramuscular e, segundo a CanSino, o transporte e o armazenamento podem ser feitos de forma estável entre 2°C e 8°C.

O pedido para o teste clínico foi aprovado em março de 2021 e, poucos meses depois, em julho, dados publicados pela revista científica The Lancet apontaram que uma dose do imunizante por inalação poderia, sem efeitos adversos graves, induzir robusta imunidade humoral, celular e de mucosa.

A biofarmacêutica também divulgou que um estudo mais recente da The Lancet Respiratory Medicine mostrou que a Convidecia Air, como reforço heterólogo, é segura e pode levar a uma proteção imunológica mais eficaz contra a covid-19.

O estudo foi realizado com pessoas maiores de 18 anos já imunizadas com duas doses de vacina de vírus inativado, revelando que esse reforço heterólogo, comparativamente ao reforço com a vacina homóloga, resulta em mais anticorpos neutralizantes.

Em função da necessidade de aprovações administrativas adicionais, conforme noticiado pelo South China Morning Post, ainda não há previsão de quando a nova vacina chegará ao mercado. As vendas, de acordo com a publicação, também dependeriam da situação da covid-19 no país asiático e da taxa de vacinação, além do cenário no restante do mundo.

Na Malásia, já foi aprovado ensaio clínico da Convidecia Air, para analisar se é segura e eficaz como segunda dose de reforço contra diversas variantes do coronavírus. Com o “sinal verde” anunciado no último em agosto, será o primeiro estudo experimental do imunizante inalável naquele país. Vacinas por inalação estão sendo pesquisadas em outros países, como Estados Unidos e Inglaterra.

Como funciona?

Em um aerossol administrado via oral, a vacina se transforma em minúsculas partículas que buscam proporcionar imunidade à mucosa. Representa, assim, a primeira linha de defesa no trato respiratório, uma barreira eficaz no local por onde o Sars-CoV-2 começa a causar infecção no corpo. No entendimento de cientistas, pode oferecer proteção complementar no revestimento do nariz e das vias aéreas superiores.

Imunizante pode ser uma barreira eficaz nas vias aéreas, onde começa a infecção no corpo. (GettyImages/Reprodução)

A plataforma tecnológica empregada utiliza adenovírus humano que, modificado em laboratório, recebe e depois transporta a proteína Spike (S) do coronavírus para o corpo. Após a entrada do adenovírus no organismo, este reconhece a proteína e estimula o sistema imunológico, que, no caso de infecção, ataca o vírus.

Versão intramuscular foi validada em maio

A versão intramuscular da vacina da CanSino Biologics Inc., a Convidecia, administrada em dose única de 0,5 mililitros, foi validada em maio deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para sua lista de uso emergencial.

Versão intramuscular da Convidecia foi validada em maio pela OMS. (Shutterstock/Reprodução)

Especialistas em regulação de todo o mundo, convocados pela OMS, analisam critérios como qualidade, segurança e eficácia dos imunizantes para que possam ser fornecidos por meio do mecanismo Covax — iniciativa para garantir a distribuição global. No caso da Convidecia, a eficácia demonstrada foi de 64% contra a doença sintomática e 92% contra casos graves.

A validação pela OMS propicia aos países a agilização da aprovação das vacinas pelos seus órgãos reguladores. A Convidecia já foi autorizada em mais de dez países, incluindo a China. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já recebeu o pedido de registro, formulado pela farmacêutica Biomm, representante da CanSino no País.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fontes: CanSino Biologics Inc., The Lancet, South China Morning Post, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Anvisa.

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