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Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape ou JUUL, têm um formato similar a um cigarro, mas também podem vir em forma de caneta ou parecidos com um pen drive.
Embora tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros convencionais, seu uso se popularizou, especialmente entre os jovens. No entanto, ainda não há estudos que comprovem a eficiência contra o tabagismo ou mesmo a segurança do seu uso. A seguir, você pode saber mais a respeito desses dispositivos e seus possíveis riscos.
Como funcionam os cigarros eletrônicos
Os cigarros eletrônicos são compostos, no geral, de uma lâmpada de LED, bateria, microprocessador, sensor, atomizador e cartucho de nicotina líquida.
Os dispositivos funcionam a partir do aquecimento do líquido, que produz o vapor inalado pelos usuários. Além disso, é comum que esse líquido contenha outras substâncias além da nicotina, como acroleína, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes. E vale ressaltar que essas substâncias estão presentes mesmo nos cigarros eletrônicos que não contêm nicotina.
Cigarro eletrônico faz mal à saúde?
Não há estudos que comprovem todos os malefícios dos cigarros eletrônicos. Ainda assim, pesquisas apontam que os dispositivos podem fazer mal à saúde, mesmo no caso das opções sem nicotina e mesmo que possam ser menos nocivos que os convencionais, já que não produzem alcatrão ou monóxido de carbono, que causam doenças pulmonares e câncer.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o vapor emitido pelos aparelhos pode causar ou aumentar as chances de infecções pulmonares (como enfisema pulmonar). O Inca reforça que os dispositivos não são seguros, podendo também causar dermatite, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer.
Além disso, o Instituto alerta para o risco de experimentação do cigarro convencional, que pode ser três vezes maior para pessoas que usam cigarro eletrônico. Sendo quatro vezes maior o risco de que a pessoa se torne usuária do cigarro convencional, o que acarretaria outros prejuízos à saúde, já conhecidos e relacionados à prática.
Outro risco está relacionado às substâncias químicas presentes no líquido, que podem causar danos às moléculas que mantêm as células do endotélio juntas. Com isso, as artérias e veias ficam mais suscetíveis à formação de placas ateroscleróticas, aumentando o risco para complicações como o acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional.
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Cigarro eletrônico também causa dependência?
Há também indícios de que o vapor emitido pelos cigarros eletrônicos leve metais pesados ao organismo, mas ainda não se sabe exatamente as possíveis consequências desse fator.
Conheça os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF)
Os cigarros eletrônicos estão inclusos em uma categoria chamada Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), que também englobam outros tipos de aparelhos semelhantes. Veja:
- cigarros aquecidos: trata-se de um pequeno cigarro aquecido à bateria. Ele produz um aerossol com nicotina e outros compostos químicos, liberando basicamente a mesma quantidade de nicotina que um cigarro comum, mas com um mecanismo diferente.
- vaporizadores de ervas secas: eles aquecem apenas o tabaco picado ou outros tipos de ervas, produzindo um vapor em aerossol.
- produtos híbridos: misturam características dos cigarros eletrônicos e dos vaporizadores. Eles são compostos de dois reservatórios, um com as ervas secas e outro com líquidos.
Proibição da Anvisa
Em 2009, a Anvisa proibiu a venda, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos, devido à ausência de dados científicos que pudessem comprovar a segurança dos aparelhos. A proibição também considera os riscos de doenças respiratórias e a possibilidade de explosão da bateria, que poderia causar queimaduras.
Apesar de não serem regulamentados pela Anvisa, os dispositivos continuam sendo comercializados e utilizados no Brasil. Nesse sentido, vale considerar que outros trinta países contam com o mesmo tipo de proibição, enquanto mais de cem apresentam regras para regulamentar o uso, impondo limites de idade e restringindo qualquer tipo de incentivo.
Fonte: Anvisa, ACT, PEBMED, Inca.