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A pandemia de covid-19 tem demonstrado que o setor da saúde ainda tem muito espaço para se revolucionar e contribuir cada vez mais para a sociedade. Apesar da área não ser levada muito em consideração quando se trata de cuidados com o meio ambiente, ela está diretamente relacionada à emissão de carbono. Nesse sentido, com a telemedicina, por exemplo, já se sabe que seria possível reduzir os impactos dos atendimentos clínicos e hospitalares na crescente do efeito estufa.
A poluição do setor da saúde
Em um estudo realizado entre março de 2020 e abril de 2021 pela CommonSpirit Health, segunda maior rede de hospitais sem fins lucrativos dos Estados Unidos, foi calculado que 1,5 milhão de atendimentos virtuais realizados em suas clínicas impediram que 6,4 milhões de litros de combustíveis fósseis fossem queimados. Esse valor implica na liberação de 15 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2 ) na atmosfera.
Neste caso, quem também saiu ganhando foram os pacientes que evitaram gastar cerca de US$ 11 milhões em gasolina apenas por não precisarem mais se locomover até os locais de atendimento.
Sabe-se que o setor da saúde é um dos que mais gera poluição no mundo anualmente. Além de participar da emissão de diversos gases do efeito estufa, o segmento também exerce influência nas contaminações terrestres e hídricas, visto que gera uma grande quantidade de resíduos — foram 130 bilhões de máscaras faciais e 65 bilhões de luvas descartáveis usadas apenas em 2020 na pandemia.
Auxílio da telemedicina
Recentemente, uma avaliação do sistema de saúde norte-americano feita pela Health Affairs em dezembro de 2020 demonstrou que as emissões de GEE causadas pelo segmento aumentaram 6% entre 2010 e 2018, o equivalente a 1.692 quilos per capita.
Por conta disso, a indústria mundial da Medicina passou a representar cerca de 4,5% de todas as emissões de GEE no mundo. Esse é um dos motivos que ressaltam ainda mais a importância da implementação de medidas como a telemedicina para reverter o cenário nos próximos anos.
Em um levantamento feito pela Universidade de Cambridge, foram revisadas 14 pesquisas sobre a temática e, como conclusão, foi constatado que o atendimento médico virtual colabora para a redução de emissões desses gases, principalmente quando associado ao transporte.
Desenvolvimento para o futuro
Não é de hoje que a Ciência aponta evidências sobre os benefícios da telemedicina para o meio ambiente. Em 2017, a Universidade da Califórnia chegou a examinar cerca de 20 mil consultas remotas entre 1996 e 2013. Dentro desse número, ficou comprovado que os pacientes evitaram um deslocamento total de 8 milhões de quilômetros — equivalente a 2 mil toneladas de CO2.
Entretanto, como citado, as emissões de GEE ainda não são o único problema ambiental que o setor da saúde precisa trabalhar para um futuro melhor. Em ordem, para estabelecer uma cadeia produtiva sustentável, a Saúde deverá encontrar soluções para diminuir a quantidade de resíduos poluentes e outros problemas de contaminação.
Fonte: Saúde Business.