Nos dias atuais, o uso de máscara se tornou fundamental no combate ao coronavírus. Essa necessidade inspirou pesquisadores em todo o mundo a buscar novas tecnologias capazes de melhorar a eficácia da proteção facial. Diante disso, avanços científicos indicam que a implementação de dispositivos no corpo do equipamento pode ter grande impacto na prevenção do patógeno.
Conheça o Summit Saúde, um evento que reúne as maiores autoridades do Brasil nas áreas médica e hospitalar.
O uso de máscaras evita o contágio do novo coronavírus de diversas formas, sobretudo pela tosse e espirro, que podem conter fluidos infecciosos e por isso oferecem risco. Contudo, um novo estudo feito pelo Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, aponta que até mesmo em uma conversa há risco de contaminação, devido à possibilidade da presença de carga viral em gotículas de saliva expelidas no ar.
A pesquisa foi conduzida pelo físico Eric Westman em conjunto com o PhD em Física e Química Martin Fischer e buscou testar a eficiência das máscaras na redução da emissão de gotículas durante seu uso. Por meio de um aparato improvisado, que consistia em uma caixa, lasers, lentes e a câmera de um celular, foi possível constatar que o equipamento de fato tem grande efeito na diminuição da transmissão dos fluidos.
Os testes mostraram que o tipo de máscara mais eficiente é o N95 sem válvula, usado pelos profissionais de Saúde na linha de frente contra a covid-19. Por outro lado, alternativas de proteção como lenços e balaclavas demonstraram ser ineficientes, pois não oferecem defesa significante contra o vírus. Entretanto, máscaras comuns — sejam feitas à mão ou descartáveis comerciais — são eficazes e indicadas para o uso cotidiano.
Implementações tecnológicas
Apesar do uso de máscaras comuns ser considerado uma medida eficaz contra a transmissão do coronavírus, cientistas de diversos países continuam a buscar novas tecnologias que possam contribuir na prevenção do contágio, não só do novo coronavírus como de outros patógenos possíveis.
Nessa perspectiva, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em colaboração com Instituto Wyss, da Universidade Harvard, criaram um dispositivo integrável a uma máscara, que emite luz fluorescente ao entrar em contato com o coronavírus. Seja por meio da respiração, tosse ou espirros, a menor presença do vírus já é o suficiente para o alerta visual.
A tecnologia, que já teve sua eficiência comprovada em 2014, no surto de Ebola, e em 2016, no de Zika, foi adaptada para atender ao da nova pandemia. O dispositivo, apesar de não ser novidade, pode ser acoplado nas máscaras de proteção e, assim, representa um método mais barato de detecção do coronavírus, com custo de apenas 25 dólares. Atualmente, o sensor está em fase de testes, que buscam estudar a viabilidade da produção em grande escala para o mercado consumidor.
Tecidos inteligentes
Alternativamente, o grupo HeiQ Materials AG adotou uma outra abordagem e desenvolveu um tecido inteligente que impede o crescimento e a permanência de vírus presentes em sua superfície. O material, chamado de “HeiQ Viroblock NPJ03”, teve uma eficácia de 99% que foi comprovada em 30 minutos de teste em contato com o Sars-CoV-2 — realizado pelo Instituto Peter Doherty para Infecções e Imunidade, de Melbourne.
Nesse mesmo contexto, surgiram outras alternativas de tecnologia têxtil: a Universidade Indiana estuda como o material eletrocinético interrompe a infecção do vírus em contato com sua superfície; já a Fine Hygienic lançou máscaras descartáveis com corpo têxtil capaz de eliminar o coronavírus, uma patente batizada de Livinguard.
Outros trabalhos teóricos, como o publicado pela Universidade Jadavpur, em Calcutá (Índia), mostram avanços tecnológicos de diferentes formas. O artigo intitulado Design de uma smart-mask autoalimentada para a covid-19 propõe uma máscara composta de diferentes camadas de tecido — dentre elas, duas camadas de material de série triboelétrica e uma de filtro inteligente.
Por meio da respiração ou movimentos faciais, a combinação dos tecidos permite a geração de eletricidade em até 0,38 watts por segundo, suficiente para eliminar partículas virais por eletrocussão. A máscara é reutilizável e confeccionada com materiais de fácil acesso — como algodão — e por isso se torna uma opção economicamente viável no combate à pandemia.
Eficiência no simples básico
Apesar de os estudos indicarem excelentes avanços ao tratar da proteção contra o vírus, a acessibilidade dos equipamentos, sobretudo de máscaras, faz-se um fator ainda mais relevante em seu desenvolvimento. Por esse motivo, o fator de defesa mais eficaz ainda é a máscara comum, indicada pelas principais entidades de saúde em todo mundo.
Acompanhe as notícias mais relevantes do setor pelo blog. Para saber mais, é só clicar aqui.
Fontes: esearchGate, ScienceDaily e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)