Capaz de auxiliar os profissionais da saúde a lidar com diversos tipos de enfermidade, a telemedicina tem conquistado cada vez mais avanços. Os recursos tecnológicos se mostram como alternativas que não raramente se revelam mais baratas e podem, dessa forma, contribuir com a melhoria do sistema mundial de saúde.
No Brasil, a telemedicina também tem mostrado cada vez mais o seu papel crucial na detecção e no auxílio ao rápido tratamento de doenças, como é o caso do aparelho portátil que oferece uma nova maneira de realizar exames oculares.
Fruto de uma cooperação entre a Phelcom Technologies e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o aparelho portátil captura imagens precisas da retina e é capaz de detectar lesões oculares. Conectado a um smartphone, o dispositivo é operado por um técnico qualificado que captura as imagens de forma prática e as envia à nuvem. A partir disso, um oftalmologista especializado pode realizar a distância a análise da retina do paciente.
O dispositivo consegue detectar lesão ocular e diversas doenças crônicas, como retinopatia diabética, que é uma das complicações relacionadas à diabetes mellitus. Além disso, glaucoma e degeneração macular podem ser identificadas pelo aparelho. Estima-se que essas doenças afetem mais de 200 milhões de pessoas no mundo.
Essa nova forma de realizar os exames se mostra mais barata que os métodos convencionais ao mesmo tempo em que representa mais uma inovação importante no campo da telemedicina em meio ao crescente número de casos de doenças oculares.
Doenças oculares afetam cada vez mais pessoas
Em outubro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o primeiro relatório mundial sobre visão, e os dados trazem um alerta para a população mundial. De acordo com a organização, mais de 1 bilhão de pessoas convivem com algum tipo de deficiência visual atualmente. Miopia, hipermetropia, catarata e glaucoma estão entre as doenças mais recorrentes.
Além disso, a cegueira tem afetado um número cada vez maior de pessoas. O acelerado envelhecimento da população, que caracteriza o perfil demográfico de diversos países, como Alemanha, Japão e Canadá, é um dos motivos que contribuem para tal cenário. A OMS aponta que muitos dos problemas oculares detectados têm relação direta com o estilo de vida das pessoas.
Tanto os hábitos alimentares que acarretam diversas doenças, como diabetes e pressão alta, quanto o aumento do tempo gasto em ambientes fechados ou com atividades que exigem muito da visão, como o uso de computadores por períodos prolongados, podem ser apontados como agravantes. Nesse último caso, os olhos não repousam de forma adequada e se tornam mais suscetíveis a problemas como miopia.
De acordo com a OMS, em países de baixa renda, as taxas de cegueira são até oito vezes maiores do que quando comparadas com nações de maior renda. Consultas regulares ao oftalmologista e mesmo o tratamento adequado se mostram importantes na mudança desse cenário, que representa um desafio nas localidades em que o acesso limitado à assistência adequada ainda predomina.
Fontes: Jornal USP, Agência Fapesp, Organização das Nações Unidas.