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Os desafios de uma telemedicina mais inclusiva

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “telemedicina é a prestação de serviços de saúde por profissionais de saúde que usam tecnologias de informação e de comunicação para a troca de informações válidas para diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças e lesões”.

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Com o surgimento da pandemia do novo coronavírus em fevereiro deste ano, a prática de realizar consultas médicas online se tornou essencial para garantir a saúde da população de maneira segura em tempos de isolamento social.

Durante a pandemia, consultas online se tornaram essenciais para garantir a saúde da população. (Fonte: Unsplash)

Embora as teleconsultas tenham sido regulamentadas no Brasil em fevereiro de 2019 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), só foram autorizadas pelo Ministério da Saúde em março deste ano e em caráter emergencial. A medida permanece válida enquanto estivermos enfrentando a pandemia, mas a tendência é que a prática da telemedicina, que já é rotineira em outros países, seja estabelecida no Brasil por todas as vantagens que apresenta.

Antes da autorização, apenas profissionais de saúde podiam utilizar os serviços de telemedicina, para obter aconselhamento clínico. Desde março, estão liberados também atendimento pré-clínico e assistencial, consultas, monitoramentos e diagnósticos.

Benefícios da telemedicina

A possibilidade de se consultar virtualmente com um profissional de saúde foi autorizada apenas em março deste ano pelo Ministério da Saúde. (Fonte: Unsplash)

De acordo com Carlos Vital, presidente do CRM, em artigo publicado no site da instituição, “além de levar saúde de qualidade a cidades do interior do Brasil, que nem sempre conseguem atrair médicos, a telemedicina beneficia grandes centros, pois reduz o estrangulamento no sistema convencional causado pela grande demanda, ocasionada pela migração de pacientes em busca de tratamento”.

Segundo um estudo publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o Brasil tem características que tornam o uso da telemedicina muito benéfico, entre elas a extensão territorial e o custo alto dos transportes. Entre as vantagens, o material destaca o aumento do acesso aos serviços de saúde em regiões remotas, a possibilidade de reduzir a sobreutilização dos pronto-socorros, a redução de deslocamentos e a facilitação da educação continuada dos profissionais, principalmente os que se encontram nas zonas rurais.

No SUS

Tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto clínicas, planos de saúde e hospitais particulares estão autorizadas a realizar teleconsultas. Além disso, atestados e prescrições médicas ficam disponíveis por meio virtual, desde que o profissional responsável tenha assinatura digital.

O Ministério da Saúde tem criado estratégias para tentar levar assistência médica à população, como a criação do TeleSUS, que desde março tem oferecido atendimento pré-clínico por telefone, chat e WhatsApp, além de acompanhamento e monitoramento remoto de casos suspeitos de covid-19 e suporte para profissionais de saúde tirarem dúvidas.

O Consultório Virtual da Saúde da Família, uma plataforma online que possibilita que os trabalhadores de postos de saúde façam teleconsultas médicas também é uma importante iniciativa para tornar os serviços de telemedicina mais inclusivos. Criada pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) em parceria com o Hospital Albert Einstein por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), a plataforma tem pacientes crônicos como foco principal. Cerca de 20 mil médicos e enfermeiros que atuam nas unidades de Saúde da Família de todo o País foram treinados para utilizar o sistema.

Principais desafios

Embora existam iniciativas surgindo a toque de caixa para tornar as teleconsultas mais abrangentes não só para usuários de planos de saúde mas também para os que são atendidos pelo SUS, ainda há muitos desafios a serem enfrentados para tornar esse tipo de serviço mais inclusivo no País.

Mesmo com a criação do Consultório Virtual, muitos hospitais públicos e postos de saúde não contam com aparelhos que permitem realizar consultas à distância com segurança, segundo informações publicadas pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Será necessário investir no treinamento dos profissionais de saúde e em tecnologia.

O estudo publicado pelo IESS ainda destaca outros obstáculos a serem vencidos, além dos custos de implementação, como a criação de um modelo de pagamento para os profissionais que atuarem na área, a segurança da informação sendo disponibilizada virtualmente por pacientes e a padronização dos dados de saúde.

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Fontes: Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), Secad – Atualização Profissional para Profissionais da Saúde, Ministério da Saúde, Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e Conselho Federal de Medicina (CFM).

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