O alto custo e a demora na obtenção dos resultados estão entre os principais entraves dos diagnósticos do novo coronavírus. Essa dificuldade tem reduzido as chances de controle no avanço da doença.
Por isso, em caráter de urgência, laboratórios e institutos de pesquisa do mundo todo vêm sendo pressionados em prol de uma solução, capaz de ajudar de forma mais prática no controle da pandemia.
Pensando nisso, pesquisadores dos Estados Unidos criaram um acessório para smartphone capaz de identificar patógenos em poucos minutos. A tecnologia começou a ser desenvolvida há mais de cinco anos partindo de testes em cavalos. A novidade é que os autores do projeto têm atuado para adaptar a proposta ao diagnóstico de doenças em humanos, como a covid-19.
O estudo
Liderada pelos professores Brian Cunningham, na Universidade de Illinois, e Rashid Bashir, de Bioengenharia, uma equipe de sete pesquisadores encontrou uma maneira de detectar vírus respiratórios de equinos com o apoio de um smartphone.
Os líderes do estudo obtiveram uma bolsa da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos para desenvolver uma proposta, que foi muito bem-sucedida. “Os patógenos que atacam cavalos podem levar a doenças devastadoras nas populações de animais, é claro, mas há outra razão pela qual trabalhamos com eles, que tem muito a ver com a segurança. Os patógenos nos equinos do nosso estudo são inofensivos aos seres humanos”, mencionou Cunningham em um comunicado público.
O professor se mostra bastante otimista em relação à aplicação da tecnologia aos testes do novo coronavírus. Em entrevista ao jornal universitário The Daily Illini, ele explica que, quando o método com cavalos foi comparado à reação em cadeia da polimerase (método mais utilizado atualmente no diagnóstico do coronavírus), a sensibilidade foi quase a mesma.
Em artigo publicado em 21 de abril na revista científica norte-americana de nanotecnologia Lab on a chip, os estudiosos previram que o diagnóstico realizado por meio da tecnologia deles pode custar apenas US$ 50 e levar 30 minutos, em média. “O que estamos buscando fazer é ter um teste realmente barato e que possa ser realizado em todos os tipos de cenário, para que a economia e a sociedade voltem se movimentar”, disse Cunningham em entrevista ao The Daily Illini.
Como funciona?
A ferramenta funciona de forma prática e rápida. Conforme explicam os pesquisadores à revista Science Daily, ela é integrada por um pequeno cartucho que contém reagentes de testes e uma abertura para que seja inserida uma amostra de fluido nasal ou sangue. Essa unidade é conectada a um smartphone.
Dentro desse cartucho, reagentes abrem a camada externa de um patógeno para acessar seu RNA, e uma molécula amplifica o material genético em milhões de cópias em cerca de 10 ou 15 minutos. Então, um corante fluorescente mancha as cópias e brilha na tonalidade verde quando iluminado pela luz azul do LED, que é então detectada pela câmera do aparelho celular, assim obtendo o resultado.
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Fonte: The Engineer, Science Daily, Lab on a chip e The Daily Illini.