A tecnologia 5G promete revolucionar muitas áreas nos próximos anos, entre elas a da saúde. O avanço na conectividade de aparelhos móveis pode significar muito para uma série de projetos que buscam tornar a medicina mais interativa e acessível.
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Diversos especialistas estão explorando essa temática. São pontos que dizem respeito ao 5G em si, como sua aplicação global pretende afetar a população em um todo, e também aos novos usos do ambiente virtual na saúde, especificamente.
Para entendermos melhor os tópicos e como eles se relacionam entre si, vamos separar este artigo em duas partes: o que a nova tecnologia traz para o mundo e o que ela traz para a medicina no âmbito do contato com o paciente e entre médicos.
A chegada do 5G
De acordo com o Dr. Vichaow Rakphongphairoj, da VP True Corporation, em entrevista ao Bangkok Post, o 5G deve chegar ao mercado com mais velocidade do que seu antecessor e com ampla adesão pelo mundo. A ideia é que a tecnologia esteja em 30% das assinaturas em celulares até 2025. O impacto se dará na velocidade de conexão em aplicativos e downloads, dois aspectos que podem ser muito aproveitados na assistência médica.
Na prática, isso gera menor tempo de latência, ou resposta entre terminais, segundo a Forbes. “O 5G pode revolucionar as reações aos comandos do usuário: apenas 1-2 milissegundos, em comparação com cerca de 45-50 milissegundos com 4G”, a revista destaca na matéria Why Healthcare Will Likely Be 5G’s Biggest Beneficiary (“Por que a assistência médica será provavelmente a maior beneficiária do 5G”, em tradução livre).
No Fórum Econômico Mundial, também em julho de 2020, levantou-se a aceleração dessa chegada tecnológica por conta do coronavírus. Em algumas indústrias, a demanda pode ser menor, mas a área médica é uma das que mostram claro crescimento.
No Fórum foi apontado como exemplo o uso de automação, inteligência artificial e realidade aumentada para ajudar a conter a pandemia. Com boa conectividade, mais pessoas têm a chance de atendimento à distância, sem espalhar a doença nem superlotar os hospitais sem necessidade.
O 5G na saúde
A nova tecnologia pode afetar elementos distintos da área da saúde. O mais observado será no relacionamento com o paciente, mas outras questões devem ser englobadas na mudança. No primeiro caso, o uso direto com o paciente foi referido em diversas publicações, como C/Net Magazine, HealthcareITNews, entre outras. Alguns dos pontos principais são:
- Dados serão mais facilmente coletados durante a jornada do paciente e compartilhados entre ele e os médicos responsáveis, inclusive com imagens animadas e/ou em alta qualidade a partir de dispositivos móveis.
- O 5G poderá conectar inúmeros dispositivos simultaneamente, sem diminuir a velocidade da conexão, o que permite atendimento e monitoramento remoto mais rápidos e com menor custo.
- A terapia cognitivo-comportamental pode se beneficiar do uso de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), como em terapias de distração ou de dessensibilização.
- Pacientes idosos ou com transtornos mentais podem ganhar a facilidade da videochamada com cuidadores e farmacêuticos para lembrar dos horários e métodos de ingestão de remédios.
A STL, empresa de pesquisa e consultoria, também listou outros usos da área médica para o 5G, que vão desde ambulâncias conectadas até reconhecimento comportamental por vídeo, mesmo durante as consultas tradicionais.
O que nos leva ao outro lado dessa inovação: o uso presencial. Ainda que as práticas remotas surtam mais interesse, especialmente em tempos de covid-19, os especialistas não deixam de ressaltar que o 5G pode ser aplicado em campo também.
Além de as vantagens já mencionadas serem válidas para médicos — inclusive com troca de dados entre si, não apenas com pacientes —, abre-se um leque de possibilidades de revoluções em diagnóstico e tratamento.
Hospitais inteligentes são o futuro, segundo o Dr. Shafiq Rab, CEO do Rush University Medical Center. “Tudo será conectado e interconectado a partir do momento em que o paciente chega ao estacionamento”, afirma. Para a Fierce Healthcare, o CEO contou no começo de 2019 que o hospital já pretendia ser o primeiro a adotar a conectividade da próxima geração.
Atualmente, dois nomes estão chamando atenção ao usar o 5G efetivamente. O Emory Healthcare Innovation Hub, em Atlanta (EUA), tem o objetivo de testar aplicações em AR e VR, entre outras, para revolucionar o setor. No Reino Unido, a Vodafone UK e a Universidade de Coventry instalaram a primeira implementação 5G autônoma do país, com uso de VR e outros instrumentos nos treinamentos de estudantes de Enfermagem.
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Fontes: C/Net Magazine, STL Partners, Fierce Healthcare, HIT Consultant – Emory Healthcare, Mobile World Live – Vodafone UK, Bangkok Post e Forbes.